Latino-americanos curtem carnaval em Santa Teresa no Rio

A comunidade latino-americana tem ponto de encontro certo no carnaval carioca. Criado há quatro anos, o Bloco Bésame Mucho reúne músicos mexicanos, argentinos, peruanos colombianos e brasileiros, que caem na folia neste domingo (7) tocando clássicos latinos e novos ritmos da região. No repertório, muita salsa, cumbia, funk e marchinhas de carnaval. Este ano, a previsão é arrastar centenas de pessoas no bairro de Santa Teresa, no centro do Rio de Janeiro.
Inspirado pela canção da década de 1940, da compositora mexicana Consuelo Velásquez, um dos fundadores do bloco, o também mexicano Ezequiel Soto conta que a ideia de fundar o Besame surgiu no aniversário dele. “Era uma forma de integrar as culturas e de festejar”, disse. Depois, a ideia ganhou vida própria.
“Hoje é um bloco de amigos que se expande todos os anos, tem francês, italiano, alemão, é uma babel”, diz Soto, que estuda no Instituto de Matemática Pura e Aplicada, instituição de referência no mundo.
Já no quarto ano de desfile em Santa, o repertório também cresceu. Hoje o bloco vibrou ao som de arranjos mais latinos ainda para o carimbó, com destaque para a musica Jamburana, de Dona Onete, Afro Blue, uma peça clássica do percussionista cubano Mongo Santa Maria, além das argentinas Carnavalito (El Humahuaqueno) e a peruana Carinito. As músicas são cantadas em português e espanhol, por várias vozes, descendo e subindo as ladeiras.
Das composições brasileiras, Suíte dos pescadores, de Dorival Caymmi, ao ritmo de funk foi uma supresa do percursionista Mestre Vitico, que também participa do bloco. Ele é o responsável por formar os músicos em aulas de percussão latina ao longo do ano e apresentar os novos arranjos.
Há quase 11 anos no Brasil, o músico, que já integrou uma banda nascida no carnaval, o Songoro Cosongo, em 2005, explica que os ritmos latinos são semelhantes. “O que fazemos, em geral, é incluir instrumentos brasileiros, como surdo, caixa, atabaque e xequerê, que até já é mais usado em outros lugares, nos arranjos musicais”, contou.
Para ele, o Besame é uma chance de divulgar a cultura latino e de se misturar. “Não sei explicar, talvez, pela língua, tem uma barreira que faz o Brasil não conhecer o continente. Mas quando a gente toca, as pessoas gostam. Prova disso é o bloco cheio”, constatou.
Quem comparece aprova a mistura. A jornalista Letícia Couto participa há dois anos. Acha que é uma ótima oportunidade de evitar multidões ao som de “ótima qualidade”.”As pessoas, às vezes, tem preconceito com argentino ou mexicano, mas aqui a gente fica misturado. A música e energia são ótimas “, completou.
De passagem no Rio, para um curso na área, o físico mexicano Oswaldo Jimenez Farias não resistiu. Ele já tinha tocado em outros carnavais no bloco e matou a saudade do instrumento conga. “O carnaval no Rio é único. Por isso queríamos participar, somos uma maioria de imigrantes, essa é uma chance de sermos protagonistas e brincar também”.
Para os interessados em tocar em 2017, os ensaios são feitos ao longo do ano, no Parque do Flamengo e na Lapa.
Carnaval de rua
Hoje (7), diversos blocos devem sair pelas ruas do Rio de Janeiro. A expectativa é o bloco Simpatia Quase Amor, em Ipanema, atrair o maior número de foliões.
Ontem (6), a Banda de Ipanema manteve a tradição de desfilar pela orla de Ipanema, sem o auxílio de caixas de som. Os cerca de 50 músicos puxaram a multidão ao som dos instrumentos de sopro e percussão. Este ano, os homenageados pela banda foram os músicos Candonga, Silas de Oliveira e Edu da Gaita.
Outra tradição foi a irreverência do público, que ano a ano acompanha o desfile, com faixas fazendo críticas bem humoradas à situação política do país. O desfile começou exatamente às 17h30, ao som de Cidade Maravilhosa.
Para o presidente da banda, Claudio Pinheiro, a homenagem ao sambista Candonga, morto em 1997, era mais do que merecida. “Candonga é uma figura baiana legitimamente carioca, que se notabilizou se integrar no espírito do Rio de Janeiro, no grande espaço das escolas de samba”.
Pinheiro considera que a magia da Banda de Ipanema se mantém forte, aos 51 anos de fundação, justamente pela manutenção dos seus princípios originais.
“O que nos mantém é o espírito carioca e a história da banda, que foi criada em cima de cláusulas pétreas, de tocar música brasileira e não usar carro de som nem trio elétrico. É pé no chão e som do gogó.”
Mais notícias
-
Brasil
16h31 de 18/07/2025
Governo anuncia novo aporte de R$ 1,4 bi para obras da Transnordestina
Ferrovia terá, ao todo, 1.209 quilômetros, ligando o município de Eliseu Martins, no Piauí, ao Porto do Pecém, no Ceará
-
Brasil
12h12 de 17/07/2025
MIDR aprova R$ 1,7 mi para auxílio de municípios em situação de emergência no Nordeste
Das 578 cidades afetadas pela seca e contempladas pelo auxílio, 95 delas estão na Bahia
-
Brasil
21h55 de 16/07/2025
Casos de dengue caem 78% em 2025, mas risco de epidemia persiste em alguns estados
Brasil já contabiliza 1.437 mortes por dengue no ano
-
Brasil
20h40 de 16/07/2025
PF prende suspeitos de desviar R$ 541 mi em ataque hacker a instituições financeiras
Operação, batizada de Magna Fraus, foi deflagrada entre terça e quarta-feira em diferentes estados
-
Brasil
11h50 de 16/07/2025
Caixa inicia pagamento do Bolsa Família de julho; saiba data
Primeiros a receber os valores serão os beneficiários com Número de Identificação Social (NIS) com final 1
-
Brasil
11h38 de 16/07/2025
Lotofácil: Aposta acerta as 15 dezenas e leva prêmio de R$ 1,5 milhão
Os números sorteados foram 01-04-05-06-08-10-11-12-13-15-16-19-20-24-25
-
Brasil
19h17 de 15/07/2025
Beneficiários têm até 21 de julho para aderir ao plano de devolução de descontos do INSS
Valores serão pagos diretamente na mesma conta bancária onde o beneficiário já recebe o pagamento mensal do INSS
-
Brasil
18h27 de 15/07/2025
Brasil ocupa 2º lugar em ranking global de crescimento do turismo internacional
País registrou um aumento de 48% nas chegadas internacionais em comparação com o mesmo período de 2024
-
Brasil
12h09 de 15/07/2025
Retomada do voo Panamá-Salvador amplia turismo estrangeiro na Bahia
Pesquisa da Embratur aponta para a chegada de quase 100 mil visitantes estrangeiros no estado no 1º semestre de 2025
-
Brasil
11h43 de 15/07/2025
Governo publica decreto regulamentando Lei de Reciprocidade Comercial
Texto cria Comitê responsável por decidir contramedidas comerciais