Mais de 160 mil pessoas vivem em moradias improvisadas nas ruas, aponta Censo 2022
O total de pessoas vivendo em domicílios improvisados, entretanto, caiu 43% na comparação com o censo de 2010, que registrou 282.692 nessa situação

Mais de 160 mil pessoas viviam em barracas, estabelecimentos, veículos e barracos de tapume nas ruas do Brasil em 2022, é o que apontam dados que integram um novo conjunto de informações do Censo Demográfico 2022 divulgado nesta sexta-feira (6) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), com a caracterização dos domicílios coletivos, particulares improvisados e de uso ocasional ou vagos.
Segundo matéria da Folha de São Paulo, grande parte deste tipo de moradia é feito de forma improvisada utilizando objetos como lona, plástico ou tecido. 57 mil pessoas residiam em locais com estas características. O total de pessoas vivendo em domicílios improvisados caiu 43% na comparação com o recenseamento de 2010, que registrou 282.692 nessa situação. Ainda, dois em cada dez moradores de estruturas improvisadas em vias públicas eram crianças de até nove anos.
Para além de tendas, os tipos de domicílio particular com mais pessoas eram estabelecimentos em funcionamento, como depósitos ou galpões (43.368), outros —abrigos naturais e outras estruturas improvisadas (26.776)—, estruturas não residenciais permanentes degradadas ou inacabadas (17.268), aquelas em logradouros públicos (14.598) e veículos (1.875). Considerando números de todo o país, o tipo de moradia improvisada com a maior parte de crianças de 0 a 9 anos era o das estruturas em vias públicas (20,5%).
Entre os residentes de tendas ou barracas de lona, plástico ou tecido com 15 anos ou mais, 22,3% eram analfabetos, sendo que a taxa para toda a população está em 7%. Já entre os residentes da estrutura improvisada em vias públicas, a taxa chegava a 16%. A situação se aplica a todos os que moram em algum tipo de estrutura improvisada, segundo o IBGE.
A diferença nos perfis de tipo de moradia improvisada e das pessoas que estão na rua requer programas de moradia mais diversos, é o que aponta a advogada Laura Salatino, doutoranda em administração pública e governo (FGV) e pesquisadora da Fiocruz.
“A pessoa ganha um salário-mínimo, trabalha no centro mas não pode pagar aluguel, pode ser uma questão de saúde mental sem suporte, que vai parar na rua, ou mulheres vítimas de violência doméstica. Precisamos de diversidade de propostas.”
Entre as opções, diz a especialista, estão o aumento de programas de locação social para pessoas em situação de rua e mudanças no modelo. “É possível alugar diferentes imóveis para não criar guetos pela cidade e diversificar o vínculo, que gera mobilidade social ascendente.”
Outros grupos
Outras 837 mil pessoas residiam em domicílios coletivos, com a maior taxa sendo registrada entre residentes de abrigos, casas de passagem ou república assistencial para outros grupos vulneráveis, com 31,8%, seguida pela de asilos (31,8%).
Além da população nas penitenciárias, metade do total, considerando presos com sentença ou mais de 12 meses encarcerados e dormindo na prisão, havia também 160,1 mil moradores em asilos, 46,3 mil em hotéis e pensões e 30,1 mil em alojamentos, entre outros. Outras 11.295 residiam em abrigos e albergues destinados a pessoas em situação de rua.
O número de domicílios não ocupados chegaram a 18 milhões em todo o país, a maioria casas (13,8 milhões) e apartamentos (3,2 milhões), sendo 63% vagos e o restante ocupado ocasionalmente, como em temporada de férias.
Estados
No recorte referente aos estados, São Paulo aparece com a maior quantidade de residentes em domicílios improvisados em todas as categorias, com exceção das pessoas que moram em veículos, com maioria no Amazonas.
Segundo o IBGE, a concentração em SP é mais expressiva nas categorias de estrutura improvisada em logradouro público (46,5%), com 6.790 pessoas, e estrutura não residencial permanente degradada ou inacabada (40,3%), com 6.967.
O instituto detalha ainda que o levantamento dos residentes nessas situações não pode ser comparado com outras pesquisas, como o censo da Prefeitura de São Paulo, com 31.884 pessoas em situação de rua na cidade em 2021, e os números do CadÚnico (Cadastro Único), que somam 227.087 nesta situação em 2023, segundo estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
Mais notícias
-
Brasil21h55 de 23/10/2025
Receita Federal libera consulta ao lote residual do Imposto de Renda 2025 nesta sexta
Consulta pode ser feita no site do órgão; saiba como
-
Brasil21h00 de 23/10/2025
Uso da internet por adolescentes nas escolas tem queda significativa em 2025
Apesar disso, levantamento mostra que 92% dos jovens da mesma faixa etária continuam conectados de alguma forma
-
Brasil20h40 de 23/10/2025
Bahia tem sete municípios entre os 50 maiores produtores agrícolas do Brasil
Juntas, cidades somam R$ 23,17 bilhões em valor de produção
-
Brasil20h20 de 23/10/2025
Brasil confirma 11 mortes por intoxicação por metanol; país já soma 53 casos
Outros onze óbitos seguem em análise; veja cenário nacional
-
Brasil14h46 de 23/10/2025
Locais de prova do Enem 2025 já estão disponíveis; saiba como consultar
Embora não seja obrigatório, o Inep recomenda imprimir e levar o cartão nos dias de aplicação
-
Brasil13h51 de 23/10/2025
Caixa inicia etapa de adesão de revendedores ao Programa Gás do Povo
A estimativa é de que aproximadamente 60 mil distribuidores de gás em todo o país possam se cadastrar
-
Brasil12h41 de 23/10/2025
FIES 2025/2: Inscrições para vagas restantes começam nesta quinta
Os interessados deverão se inscrever exclusivamente pelo Portal Único de Acesso ao Ensino Superior, do MEC
-
Brasil12h14 de 23/10/2025
Beneficiários com NIS final 4 recebem Auxílio Gás de outubro nesta quinta
Com duração prevista até o fim de 2026, o programa beneficia 5,01 milhões de famílias
-
Brasil11h19 de 23/10/2025
Outubro Rosa: Especialistas defendem reposição hormonal segura e personalizada para mulheres
Segundo especialistas, o tratamento hormonal é seguro mas deve ser único para cada mulher
-
Brasil10h23 de 23/10/2025
Mega-Sena sorteia prêmio acumulado em R$ 85 milhões nesta quinta
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa, em todo o país ou pela internet











