Publicado em 09/08/2025 às 15h11.

Ministério da Saúde inaugura primeiro SAMU Indígena no Mato Grosso

Serviço piloto atenderá 25 mil indígenas da Aldeia Jaguapiru com equipe bilíngue em português e guarani

Redação
Foto: João Risi/MS

 

No Dia Internacional dos Povos Indígenas (9), o Ministério da Saúde inaugurou o primeiro Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) voltado exclusivamente à população indígena.

O SAMU Indígena passou a funcionar 24 horas por dia para atendimentos de urgência e emergência na área do Hospital da Missão Evangélica Kaiowá, dentro da reserva indígena Aldeia Jaguapiru, em Dourados (MS). O projeto piloto, que conta com profissionais bilíngues fluentes em português e guarani, beneficiará cerca de 25 mil indígenas. A entrega foi realizada neste sábado pelo secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Weibe Tapeba.

“Essa ação, realizada em uma data muito simbólica e em um local de alta densidade demográfica, integra um conjunto de esforços para garantir atenção integral à população indígena, começando pela atenção primária à saúde. É um trabalho conduzido pelo presidente Lula e pelo nosso ministro Alexandre Padilha, fortalecendo o SUS com este projeto piloto inédito no país”, afirmou o secretário Weibe Tapeba.

Com a nova ambulância, o tempo médio de espera para atendimentos aos povos indígenas será reduzido pela metade. Antes, eles eram atendidos pela unidade do SAMU 192 de Dourados.

O Ministério da Saúde fará um repasse anual de R$ 341 mil para o custeio do serviço móvel. A medida faz parte do esforço para universalizar o SAMU 192 até o fim de 2026, reforçando o compromisso do SUS de oferecer um serviço universal, gratuito e culturalmente adequado.

O repasse federal anual destinado ao SAMU 192 de Dourados (MS) é de R$ 2,2 milhões, contemplando a Central de Regulação Urbana (CRU), duas Unidades de Suporte Básico (USB), uma Unidade de Suporte Avançado (USA) e duas motolâncias. Esse serviço também seguirá atendendo os povos indígenas em casos de urgência e emergência.

Em guarani, o SAMU Indígena é chamado de Tembiapo Py’ae Omỵi Va’e Te’yi Mba’e Ete Va’e. A equipe será formada por 14 profissionais: cinco técnicos de enfermagem, cinco enfermeiros e quatro condutores-socorristas. Desses, sete são indígenas fluentes em guarani. Os pacientes serão encaminhados a hospitais de referência da região, incluindo o Hospital Universitário da Grande Dourados (HU-UFGD), que também conta com profissionais bilíngues.

O SAMU bilíngue visa aprimorar a comunicação entre profissionais de saúde e pacientes, reforçando a oferta de um atendimento culturalmente adequado. Todos os espaços da base do SAMU 192 Indígena receberam denominações em guarani.

Desde o início de 2023, o Ministério da Saúde já entregou 2.462 novas ambulâncias do SAMU 192 para municípios de todas as regiões do país — seis vezes mais que as 366 distribuídas entre 2019 e 2022. Hoje, mais de 4,3 mil ambulâncias estão em circulação, atendendo cerca de 190 milhões de brasileiros em 4.207 municípios.

A meta é universalizar o SAMU 192 até o fim de 2026, com a entrega de mais 2,3 mil ambulâncias, sendo 1,3 mil previstas para 2025.

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