Morre aos 74 anos o ator e dublador Sílvio Navas
Navas fez parte do elenco das principais produtoras, entre elas a Herbert Richards e a AIC, na qual começou a carreira

Faleceu na noite de sexta-feira (29), em Santos, no litoral sul de São Paulo, o ator e dublador Sílvio Navas. Ele tinha 74 anos. A causa da morte não foi divulgada. Chamado de ‘o dublador das mil vozes’, Navas era dono de um dos timbres mais marcantes e conhecidos do País, e fez parte do elenco das principais produtoras, entre elas a Herbert Richards e a AIC, na qual começou a carreira.
Nascido em Santos, em 15 de março de 1942, mudou-se para Rio de Janeiro na década de 1960, cidade onde morou durante muitos anos Foi o primeiro dublador brasileiro de Darth Vader (Star Wars, episódios IV, V e VI). Em 1978, liderou a greve de dubladores durante a ditadura militar. No final da década de 1990 voltou para Santos, onde passou a dar aulas de dublagem.
Sua lista de trabalhos é enorme. Destacam-se personagens como Papai Smurf e Mumm-Ra (Thundercats), a primeira dublagem em português de Carl Sagan na série Cosmos, a voz ator Bud Spencer em quase todos os seus filmes, de Charles Chaplin em quatro produções (O Grande Ditador, Monsieur Verdoux, Luzes da Ribalta e Um Rei em Nova York), e do ator Joe Pesci, na franquia Esqueceram de Mim. Em 1971, dublou Gene Wilder (Willy Wonka) no classico A Fantástica Fábrica de Chocolate.
Seu último trabalho como ator foi no longa-metragem O Indulto (independente e sem fins lucrativos), produzido pelo Canal Sun 21 HD, gravado em 2014 na cidade de Ourinhos, no interior de SP. “Sílvio foi o maior dublador brasileiro de todos os tempos”, diz o diretor Samuel Sanches. Navas fez participação especial, em 2012, do curta ‘Outland’, da mesma produtora, exibido em 26 países.
“Aprendi com um mestre, foi uma aula de interpretação, ele não errava uma fala do texto, era impecável, um domínio em cena na frente das câmeras que se traduzia por trás delas, na dublagem das centenas de personagens aos quais ele deu vida. Interpretar um outro ator e criar em cima de uma interpretação é para poucos, e Sílvio o fazia como se fosse algo simples”, diz Sanches. “Era um contador de histórias. Por onde passava, reunia uma multidão ao seu redor. Era meu amigo, tinha personalidade forte, deixa um legado cultural imenso”, afirma o diretor.
“Conversei com ele por telefone há umas semanas. Com voz firme, como que se despedindo, disse ‘obrigado, Samuel, pela oportunidade de participar do filme de sua família’. E sempre me ligava no meu aniversário”, lembra Sanches.
Em 2012, Sílvio Navas sofreu uma queda em casa, fraturou o fêmur e foi submetido a uma cirurgia para colocação de uma prótese. Apesar da boa recuperação, passou a usar uma bengala. Dois anos depois, foi diagnosticado com Alzheimer.
“Logo após o diagnóstico, nós conversamos e ele me disse que poderia começar a esquecer o texto e até não reconhecer as pessoas. Em 2015, na nossa última conversa, levou mais de uma hora para lembrar quem eu era. É uma pena que um talento desse porte vá embora. E também é lamentável que o País não reconheça artistas dessa qualidade”, afirma Samuel Sanches.
Sílvio Navas estava internado na Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Santos, com um quadro de infecção, e aguardava na fila do SUS (Sistema Único de Saúde) para ser submetido a uma cirurgia de retirada da prótese da perna. Ele faleceu às 18h30 de sexta-feira, 29.
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