Publicado em 24/08/2025 às 17h30.

Morre Jaguar, cartunista e fundador do Pasquim, aos 93 anos

Artista ajudou a construir um jornalismo que unia humor e resistência política, abrindo espaço para vozes dissonantes em tempos de censura

Redação
Foto: Divulgação

 

O cartunista Sérgio de Magalhães Gomes Jaguaribe, conhecido como Jaguar, morreu neste domingo (24), no Rio de Janeiro, aos 93 anos. Ele estava internado havia três semanas no hospital Copa D’Or, em Copacabana, em tratamento contra uma pneumonia. A morte foi confirmada por sua esposa, Celia Regina Pierantoni.

Nascido no Rio em 29 de fevereiro de 1932, Jaguar iniciou a carreira em 1952 na revista Manchete. O pseudônimo, que se tornaria sua marca, foi adotado por sugestão do também cartunista Borjalo. Ao longo dos anos 1960, ganhou destaque na revista Senhor e em diferentes veículos de imprensa, até lançar, em 1968, o livro Átila, você é bárbaro. A obra, marcada pelo humor gráfico e pela ironia, criticava preconceito, ignorância e violência, consolidando o estilo irreverente que o acompanharia por toda a trajetória.

Um ano depois, em 1969, Jaguar fundou, ao lado de Tarso de Castro e Sérgio Cabral, o jornal O Pasquim, que se tornaria um dos mais importantes símbolos da imprensa alternativa no período da ditadura militar. Ele foi responsável pela criação do personagem Sig, o ratinho que virou emblema da publicação, e foi o único da equipe original a permanecer até a última edição, em 1991.

Com traços ácidos e críticas afiadas, Jaguar ajudou a construir um jornalismo que unia humor e resistência política, abrindo espaço para vozes dissonantes em tempos de censura. Sua morte encerra um capítulo fundamental da história da imprensa e do cartum no Brasil.

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