Publicado em 03/08/2020 às 12h53.

Mortes em favelas do Rio caem 70% após STF proibir operações policiais

Estudo aponta que 30 vidas foram salvas nas comunidades por causa da decisão do ministro Edson Fachin

Redação
Reprodução/Twitter
Homens da Força Nacional durante intervenção na Rocinha em 2017 (Reprodução/Twitter)

 

A proibição de operações policiais em favelas do Rio de Janeiro provocou uma queda de 70% no número de mortes decorrentes dessas incursões nas comunidades, além de reduções significativas nos registros de crimes contra a vida (48%) e contra o patrimônio (40%). As ações estão suspensas desde o dia 5 de junho, por determinação do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Os dados constam de uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, com base em no estudo “Operações policiais e ocorrências criminais: Por um debate público qualificado”, do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (Geni) da Universidade Federal Fluminense (UFF), divulgado nesta segunda-feira (3).

Segundo a publicação, para estimar os efeitos da proibição, o estudo comparou os números do período de um mês com a média das mesmas datas desde 2007. Segundo o relatório produzido pelos pesquisadores, 30 vidas foram salvas nas favelas por causa da decisão de Fachin. Entre as vidas poupadas estão as de policiais, que também costumam ser vítimas em confrontos nas favelas do Rio.

A liminar favorável à interrupção das operações policiais durante a pandemia deverá ser analisada pelo STF nesta semana, quando acaba o recesso do Judiciário. Enquanto as polícias são contrárias à medida, a Defensoria Pública do Rio a defende. O órgão participa, inclusive, da divulgação do estudo da UFF, que conta ainda com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) e com o auxílio da plataforma Fogo Cruzado, responsável por traçar um mapa de tiroteios na região metropolitana do Rio.

A decisão de Fachin deu-se 18 dias depois do menino João Pedro, de 14 anos, ter sido morto dentro de casa durante uma operação policial em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio.

De lá até o mesmo dia do mês seguinte, houve redução de 78% nas operações policiais nas favelas. Apesar disso, a Polícia Militar (PM) continuou fazendo incursões consideradas urgentes, conforme prevê o entendimento do ministro.

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