Publicado em 08/03/2025 às 12h30.

Número de mulheres feridas por armas de fogo no Brasil cresceu 42% em 3 anos

Apenas em 2023, foram registradas 4.395 notificações de mulheres feridas por armas de fogo e que sobreviveram aos ataques

Redação
Foto: Divulgação/Polícia Civil do Maranhão

 

A quantidade de mulheres feridas por armas de fogo no Brasil cresceu 42% nos últimos três anos (2020 a 2023), é o que apontam dados do DataSUS, levantados pelo Instituto Sou da Paz e divulgados neste sábado (8).

Segundo matéria do g1, o levantamento detalha que, em 2023, o ano mais recente com levantamento disponível, foram registradas 4.395 notificações de mulheres feridas por armas de fogo e que sobreviveram aos ataques. Os números só não foram maiores que os de 2017, quando houve o pico do levantamento, com 4.498 mulheres agredidas.

De acordo com a coordenadora do projeto do Instituto Sou da Paz, Cristina Neme, aquele ano foi um momento onde houve um pico de forma generalizada na violência letal e não-letal tanto de homens quanto mulheres por conta de conflitos entre facções. Assim, a alta se reflete nos casos não-letais contra mulheres.

Ao longo de 2020, ano da pandemia de covid-19 e que teve o menor patamar desde o início da divulgação dos dados, em 2014. No total, foram 3.104 vítimas. Os números cresceram progressivamente depois de 2020, alcançando 3.253 casos em 2021 e 3.580 em 2022.

As maiores altas de mulheres vítimas de armas de fogo, mas que sobreviveram, ocorreram nas regiões Norte e Nordeste (29%) e Sudeste (23%) no período da pesquisa.

Mais armas em circulação

Para Neme, o crescimento registrado entre 2020 e 2023 está relacionado com a maior quantidade de armas com os brasileiros — sobretudo após decretos que facilitaram a posse de armas durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

“Isso acontece em um contexto com um arsenal disponível na nossa sociedade em razão do enfraquecimento da política de controle de armas que o país sofreu na gestão anterior. Muitos cidadãos adquiriram armas e essas armas estão em casa e representam um risco de violência familiar, doméstica, que se reflete nesses registros”, afirma a especialista.

O local em que as violências ocorrem se divide quase de maneira idêntica entre fora de casa (45,8%) e dentro das residências (43,8%). Outras 10,4% ocorreram sem identificação do lugar.

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