Publicado em 12/02/2016 às 20h40.

Relatos de violência contra a mulher triplicam neste Carnaval

Denunciantes de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Bahia foram as que mais utilizaram o serviço telefônico gratuito 180

Agência Estado
Foto: Reprodução/ EBC
Foto: Reprodução/ EBC

 

Os relatos de violência contra a mulher quase triplicaram neste carnaval, em relação ao período equivalente no ano passado. Um total de 3.174 mulheres telefonou para o Ligue 180 entre 1º e 9 de fevereiro deste ano, enquanto no feriadão de 2015 foram 1 158.

A pedido das denunciantes, mais da metade das denúncias foram encaminhadas para autoridades policiais e Ministério Público. O tipo de violência mais comum foi a física, relatada em 1.901 casos, seguida pela psicológica, com 279. Também foram registradas queixas de cárcere privado, violência moral, violência sexual, violência patrimonial e tráfico de pessoas.

Embora o cárcere privado não seja a denúncia mais comum, o aumento deste tipo de violência no carnaval deste ano, se comparado a 2015, é alarmante: 1.113%. Todos os outros tipos de violência também tiveram crescimento. As queixas de violência física e moral, por exemplo, mais que dobraram – e o número de agressões sexuais foi 147% maior.

Denunciantes de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Bahia foram as que mais utilizaram o serviço telefônico gratuito, principal porta de acesso aos serviços que integram a rede nacional de enfrentamento à violência contra a mulher, sob amparo da Lei Maria da Penha. Os cinco Estados correspondem a 60% do total de denúncias ao Ligue 180.

De acordo com pesquisa feita pelo instituto Data Popular divulgada dia 6 de fevereiro, 61% dos homens acham que mulher solteira que pula carnaval não pode reclamar de cantadas e 49% deles creem que os festejos de rua não são lugares para “mulheres direitas”. Foram ouvidos 3,5 mil brasileiros maiores de 16 anos, em 146 municípios. “É uma naturalização do machismo”, diz o presidente do Data Popular, Renato Meirelles, lembrando que trata-se de assédio qualquer tipo de abordagem com a qual a mulher não concorde.

 

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