Publicado em 27/01/2024 às 18h00.

Salários pagos pela Abin chegam a R$ 25.718,98

O diretor-geral do órgão é escolhido pelo presidente da República com remuneração mensal de R$ 18.887,14

Redação
Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

 

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) possui cargos de carreira com salários de até R$ 25.718,98. O diretor-geral do órgão é escolhido pelo presidente da República com remuneração mensal de R$ 18.887,14. Hoje deputado pelo PL, Alexandre Ramagem, que comandou a Abin de julho de 2019 a março de 2022, era delegado federal, assim como o atual chefe: Luiz Fernando Corrêa, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em maio do ano passado.

A Abin é alvo da Operação Vigilância Aproximada da Polícia Federal (PF) que apura suspeita de espionagem ilegal contra nomes considerados rivais do ex-presidente Jair Bolsonaro. O foco da operação da PF está na gestão de Ramagem, que, de acordo a investigação, teria montado uma “estrutura paralela” na Abin e tentado associar ministros do Supremo Tribunal Federal ao PCC. Ramagem nega tal estrutura e disse que a investigação cujo foco é a época em que ele era diretor do órgão é “uma salada de narrativas”.

Com o avanço da apuração da PF, porém, Corrêa, o novo chefe, pode ser exonerado, assim como todos os membros da cúpula do órgão. Isso porque, segundo a PF, os membros da direção atual tentaram dificultar a apuração do sistema ilegal de espionagem e podem ter agido em “conluio” com os servidores investigados pela operação deflagrada nesta quinta, 25. A Abin disse que é a “maior interessada” e afirmou que defende “apuração rigorosa” dos fatos.

Luiz Fernando Corrêa foi indicado por Lula em maio do ano passado e teve o nome aprovado na Comissão de Relações Exteriores (CRE) e no plenário do Senado. Ele recebe a maior gratificação entre os cargos comissionados do Executivo federal.

A legislação brasileira não exige que o indicado para comandar a Abin seja do ramo investigativo, porém, é costume dos chefes do Executivo apontarem nomes da PF ou da própria agência para gerenciar o órgão. Outros cargos de direção também não exigem um vínculo ativo com atividades policiais. As funções de carreira, por sua vez, exigem aprovação em concurso público.

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