Publicado em 28/03/2022 às 18h17.

Servidores do BC aprovam greve por tempo indeterminado

Paralisação começa a partir de 1º de abril. Categoria cobra reajuste salarial e plano de reestruturação de carreiras

Redação
Foto: BC/ assessoria
Foto: BC/ assessoria

 

Em assembleia nesta segunda-feira (28), os servidores do Banco Central (BC) aprovaram o início de uma greve por tempo indeterminado a partir do dia 1º de abril.

A categoria cobra reajuste salarial de 19,9% e plano de reestruturação de carreiras. Os servidores já vinham realizando a operação padrão, com paralisações diárias em horários específicos.

A adoção da greve foi apoiada por mais de 90% dos participantes da assembleia, que reuniu 1.200 pessoas. No encontro, também foi discutida uma entrega coletiva de cargos de chefia.

Desde a última semana, o Banco Central vem adiando a divulgação de indicadores e estatísticas. Pela manhã, o Boletim Focus, uma análise que o Banco Central fez com integrantes do mercado financeiro, que costuma sair por volta das 8h da manhã, teve a publicação atrasada.

Também mais cedo o BC anunciou que as notas mensais sobre a economia brasileira – a nota de crédito, a nota do setor externo e a nota do setor fiscal – previstas para serem divulgadas esta semana não seriam veiculadas devido à dificuldade na coleta de dados. Está prevista também para esta semana a divulgação do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBCBr), considerada uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB).

Negociações frustrada 
As negociações entre os servidores do BC e o governo se estendem desde o início do ano, sem que haja avanço. Houve paralisações e movimentos pontuais.

Em fevereiro a categoria chegou orientar uma operação padrão, também conhecida como operação tartaruga, sem interrupção de serviços essenciais. Seguiram-se conversas entre os representantes dos funcionários do BC e o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, que levou a questão ao presidente Bolsonaro.

A greve para março era ameaçada desde o ano passado quando o governo anunciou reajuste salarial unicamente para os funcionários da segurança pública, onde se encontram uma base forte de apoiadores do presidente Bolsonaro. Eles garantiram a fatia de R$ 1,7 bilhão para reestruturação de vencimentos dentro do Orçamento de 2022.

Por conta da pandemia, o órgão possui servidores no modelo de trabalho home office. A estes, a recomendação é de que desliguem os computadores e fechem todo o sistema de trabalho durante a paralisação.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.