Publicado em 28/02/2025 às 18h43.

Aladilce Souza critica falta de diálogo da prefeitura com trabalhadores informais no carnaval

Prefeitura tem focado nos donos de camarotes, mas não olha para os trabalhadores informais

Saul Gabriel / Matheus Morais

 

 

Foto: Antonio Queirós/ Assessoria

 

Em entrevista ao bahia.ba, a vereadora Aladilce Souza (PCdoB) expressou sua insatisfação em relação à postura da Prefeitura de Salvador durante o Carnaval, apontando que a gestão tem priorizado o diálogo com os donos de camarotes e outros empresários, enquanto ignora os trabalhadores informais, que são essenciais para o sucesso da festa.

“É evidente que a Prefeitura tem focado nos donos de camarotes, mas não olha para os trabalhadores informais, que carregam o carnaval nas costas. Esses trabalhadores merecem atenção, e não podem ser tratados como invisíveis”, afirmou Aladilce.

A vereadora destacou ainda a atuação da Câmara Municipal de Salvador, que, por iniciativa do vereador Maurício Trindade (PP), organizou 10 reuniões com ambulantes, catadores de latinhas e cordeiros. O objetivo dessas reuniões foi ouvir as demandas desses trabalhadores, que, segundo Aladilce, clamam por socorro. “Eles pedem um olhar humano para suas condições de trabalho. Enviamos um conjunto de reivindicações e documentos à Prefeitura, mas, infelizmente, a resposta foi o silêncio”, relatou a vereadora.

Apesar da falta de ação por parte da gestão municipal, Aladilce fez questão de reconhecer o apoio do Governo do Estado. “Felizmente, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), ofereceu pontos de hidratação e banheiros ao longo do circuito, além de tomar outras providências que minimizam as condições de trabalho dos ambulantes e outros profissionais. É um alívio, mas ainda há muito a ser feito”, destacou.

A vereadora enfatizou a importância de os empresários e a Prefeitura reconhecerem a relevância desses trabalhadores. “São mais de cinquenta mil pessoas que estão na rua, muitas vezes sob sol forte, com suas famílias, para garantir que o carnaval aconteça. Não podemos continuar ignorando sua contribuição”, afirmou.

Aladilce também aproveitou para lembrar que, apesar das campanhas publicitárias e do brilho do carnaval, a pobreza e a desigualdade social de Salvador não podem ser escondidas. “A desigualdade é evidente. Não tem como mascarar a situação do povo soteropolitano, pois ele vem para a avenida e faz parte da festa”, ressaltou.

Ao final da entrevista, a vereadora manifestou a esperança de que, após o Carnaval, as discussões sobre as condições dos trabalhadores informais sejam retomadas. “Espero que, assim que o carnaval passar, possamos retomar as conversas e buscar soluções mais efetivas e permanentes. Não dá mais para tratar esses pais e mães de família, que trabalham para garantir o sustento de suas casas, como se fossem invisíveis”, concluiu Aladilce.

Com a crítica contundente, a vereadora reafirmou seu compromisso de continuar lutando por melhores condições de trabalho para aqueles que, de fato, fazem o carnaval acontecer.

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