Pigossi diz que governo Bolsonaro criminalizou a cultura e anuncia estreia de filme no Brasil

O ator Marco Pigossi está de volta ao Carnaval de Salvador. Desde que se mudou para os Estados Unidos, em 2020, o artista encontrou dificuldades para conciliar a agenda, mas deu um jeitinho em 2025 para marcar presença na folia momesca. E trouxe o marido, Marco Calvani, para prestigiar o maior evento de rua do planeta.

Ao bahia.ba, Pigossi afirmou que a festa está linda. “O Carnaval está sendo lindo, tá sendo lindo! Eu por mim voltava todo ano, mas não tem Carnaval nos Estados Unidos, né? Me mudei para lá em 2020 e nunca consegui conciliar de voltar. Agora eu estou de volta e trouxe o meu marido, que é italiano. Então, é a primeira experiência dele. Ele se emocionou tanto ontem, foi tão lindo de ver! E estou super feliz de estar aqui. É o meu lugar preferido do mundo a Bahia”, revelou o artista, que esteve presente no Camarote Expresso 2222 nesta terça-feira (4).

Marco falou sobre o seu mais novo trabalho, o filme Maré Alta, que estreará no dia 20 de março. “Vamos estrear o nosso filme Maré Alta Nos cinemas do Brasil inteiro. É um filme que fala sobre um imigrante brasileiro ilegal, que vai para os Estados Unidos fugindo de uma família conservadora e ele vai se encontrar como um homem gay. Ele vai ter essa experiência. O filme é dirigido e escrito pelo meu marido, produzido e atuado por mim. A gente brinca que é o nosso primeiro filho, né? E o filme foi super bem, a gente rodou vários festivais, foi em cartaz nos Estados Unidos. A gente está indicado ao GLAD Awards, que é um prêmio que eles falam que é o Oscar Queer, né? E agora estreia no Brasil inteiro a partir do dia 20 de março. Então, eu estou muito, muito feliz. Todo mundo que estiver aqui em Salvador, vamos ao cinema assistir Maré Alta”, convocou.

Por falar em filme, Marco repercutiu a conquista do Oscar por Ainda Estou Aqui. Ele criticou o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro que, segundo ele, criminalizou a cultura do Brasil. “Essa sensação é maravilhosa! Eu sinto que a gente está voltando a um momento tão bonito no cinema brasileiro, não só com ‘Ainda Estou Aqui’, mas com ‘Baby’, com ‘Malu’. Foi um ano incrível de cinema, filmes premiados no mundo inteiro. Foi uma vitória geral! A Fernanda Torres ganhou, o filme ganhou, o filme internacional ganhou. Tudo isso é o reconhecimento do nosso cinema, da potência do nosso cinema, é um orgulho para todos nós, é uma festa coletiva. Depois de quatro anos de criminalização da cultura, a gente volta a unir o público ao artista. O nosso último governo criou uma coisa única na história, que é colocar o público contra o artista. É uma loucura! E eu vejo que esse momento. É quase que a gente está fazendo as passes Foi universal, né? Todo mundo torceu pela Fernanda, pelo filme, pelo Walter (Salles), então, é um momento lindo de viver. É uma alegria. E agora o importante é a gente continuar Acreditando no nosso cinema e fazendo, contando as nossas histórias Uma pessoa mais ou menos, uma última pergunta”, declarou.

Pigossi também comentou sobre sua participação no spin-off de The Boys, Gen V. “É uma luta, é uma construção, é um recomeço de carreira também. A minha carreira tinha uma carreira aqui, mas ela não necessariamente traduz nos Estados Unidos. Ninguém me conhece lá ainda, então, é um recomeço de carreira, mas é um recomeço tão bonito, porque é um recomeço com 36 anos de idade com calma, com maturidade, com sabedoria para escolher bons projetos. Tem sido uma experiência maravilhosa e o meu primeiro filme em Hollywood é o Maré Alta. O filme é tão brasileiro, é uma produção americana, mas a gente abre o filme com o poema do Oswald de Andrade, então essa sempre foi a minha vontade de levar o Brasil pro mundo e de trazer esse filme americano pra gente, que fala muito da gente”, disse o ator.