Publicado em 03/03/2025 às 11h53.

Sílvio Humberto rechaça declaração de Bruno Reis sobre oposição torcer contra o Carnaval

O vereador marcou presença na Mudança do Garcia, nesta segunda-feira (3), e aproveitou para também criticar camarote que ergeu passarela no circuito Barra-Ondina

João Lucas Dantas / Rodrigo Fernandes
Foto: Jorge Jesus/ bahia.ba

 

O vereador Sílvio Humberto (PSB) marcou presença na Mudança do Garcia, nesta segunda-feira (3), e aproveitou o momento para criticar o “Carnaval do apartheid”, em referência à passarela construída no Camarote Glamour, no circuito Barra-Ondina. Ele também rebateu a declaração do prefeito Bruno Reis (União Brasil) sobre a oposição “torcer contra” a folia momesca.

“Quando hoje se coloca uma passarela dessa natureza, só se faz uma pergunta: como Salvador pode ser capital afro com uma passarela que exclui?” provoca o parlamentar. “Isso é uma retórica que não corresponde aos fatos. Mas uma cidade que é desigual o tempo todo não vai ver essa desigualdade desaparecer no intervalo do Carnaval.”

Sílvio Humberto exalta o evento da Mudança do Garcia, definindo como “uma aula de cidadania”. “É um momento de reafirmar nossos valores, entre eles dizer que é sem anistia e condenar essa passarela – que eu diria ser vergonhosa – e a venda das terras e dos terrenos da nossa cidade, sob a alegação de que são inservíveis. Ainda bem que ‘inservível’ depende dos olhos de quem vê. Isso é um terreno público, uma área pública que diz respeito a mim, a você, a todos nós. Se fosse privado, a gente não teria o que fazer, mas quando é área pública, é uma decisão que se toma, criando uma política pública que se contrapõe a essa visão de Salvador sustentável”, acrescenta.

Questionado sobre a declaração do prefeito Bruno Reis, realizada no último domingo (2), em que ele afirmou que “tem muita ave de agouro e muita gente do contra que fica torcendo para dar errado”, o vereador rebateu com uma provocação: “Isso é coisa de quem não entende a alegria que o Carnaval representa.”

“A gente quer que dê certo, né? Queremos melhorar, mas não podemos fechar os olhos para um modelo de negócio excludente, onde os ambulantes ficam circulando naquele mar de gente, trocando dinheiro, enquanto outros estão ganhando dinheiro. O prefeito fez um discurso dizendo que queria dignidade e prosperidade, mas se a riqueza é concentrada, você nunca vai atingir a prosperidade. Ela vai continuar sendo dignidade para poucos e riqueza para poucos”, respondeu.

“Quando você diz que a oposição é contra, está perguntando: ‘O que é a democracia?’ Porque o meu conceito de democracia é liberdade de expressão e a capacidade de assumir os contraditórios. Quando a gente propõe emendas na Câmara, sempre queremos melhorar o projeto; mas, quando fazemos emendas, elas não são acatadas e terminam voltando ao projeto original. Então, é dizer: melhore”, conclui.

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