ABIH-BA espera ocupação hoteleira superior a 70% em Salvador nesta semana
Lavagem do Bonfim impulsiona turismo na capital baiana no início do ano
A Hotelaria de Salvador fechou o ano de 2024 com uma ocupação média de 64,15%, superior à observada no ano anterior (61,19%) e no período pré-pandemia (62,49% em 2019). A diária média ficou em R$ 643,11, bem acima da de 2023 (R$ 543,22), o que garantiu um Revpar (indicador utilizado na hotelaria que expressa a evolução da ocupação e diária) de R$412,53.
Já a Lavagem do Bonfim, que acontecerá na quinta-feira (16), será no momento em que a rede hoteleira de Salvador espera uma taxa de ocupação superior a 70%.
Segundo o diretor de Comunicação e Marketing da ABIH-BA e ex-presidente da entidade, Luciano Lopes, a Lavagem do Bonfim une turismo, cultura e fé. “Temos uma das maiores festas religiosas do Brasil, que acontece há mais de dois séculos. Todos os anos, Salvador atrai centenas de milhares de baianos e turistas do mundo inteiro para curtir. A cidade não é apenas turismo de sol e praia. Nossa diversidade vai muito além, pois temos também o turismo histórico, cultural, religioso, gastronômico, de negócios e muito mais”, afirma Luciano Lopes.
No último mês de dezembro seguiu a tendência de alta do segundo semestre com taxa de ocupação de 66,63%, maior que a do mesmo período do ano anterior (63,81%), embora abaixo da de novembro de 2024 (78,12%).
Da mesma forma, a diária média de dezembro de 2024 (R$ 752,72) ficou 15,5% acima da de dezembro de 2023 (R$ 651,75). Se retirarmos da amostra os hotéis de luxo, chega-se a uma diária de R$ 558,58 para esse último mês de 2024.
Os hotéis de lazer tiveram melhor desempenho do que os corporativos neste último mês do ano, com destaque para o polo de Itapuã-Stella Maris (77,71% de ocupação), seguido por Barra-Ondina (76,31%) e Pituba-Tancredo Neves (58,59%).
De acordo com os dados da Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC, o número de passageiros no aeroporto de Salvador (6.769.268) cresceu 3,9% entre janeiro e novembro de 2024, em relação ao mesmo período do ano anterior (6.512.254), aproximando o número de passageiros ao registrado antes da pandemia (7.430.760 de janeiro a novembro de 2019). Com a maior oferta de voos, o número de passageiros internacionais teve um crescimento mais significativo (4,5%), passando de 121 mil em 2023 para 175 mil em 2024 nesses primeiros onze meses, mas ficando ainda abaixo do número de passageiros internacionais anterior à pandemia (178 mil em 2019).
De acordo com Wilson Spagnol, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, Seção Bahia – ABIH-BA, a hotelaria vem registrando procura expressiva neste verão em quase todas as 13 regiões turísticas, promovendo o aumento de contratações temporárias em quase todos os destinos. “A hotelaria é um segmento altamente empregador, pois funciona em três turnos, absorvendo mão de obra de diferentes qualificações. Precisamos enfrentar os desafios ainda não solucionados, sobretudo na baixa estação que começa logo após o verão, para que essa mão de obra temporária possa ser efetivada”, ressalta Wilson Spagnol.
Dentre os desafios mencionados estão a crescente oferta de diárias através das plataformas digitais que concorrem desigualmente com a hotelaria por não terem a mesma carga tributária e não estarem submetidos a mesma regulação; a insuficiente conexão aérea, fundamental para trazer os turistas a um polo situado a cerca de 2.000km do principal mercado emissor; capacidade ociosa média de 35%; e outras deficiências em infraestrutura e segurança.
“A disputa pelas rotas domésticas é intensa e de fundamental importância para o destino, e passa pela negociação de instrumentos e incentivos tributários. Nem sempre o movimento de aeronaves e passageiros reflete o potencial turístico da região, como mostra o caso de Recife nos primeiros 11 meses de 2024 (8,8 milhões) ter ultrapassado o número de passageiros de Salvador (6,7 milhões)”, enfatiza o presidente.
Para a vice-presidente da ABIH-BA, Liliane Pinheiro, a hotelaria está muito otimista para o ano de 2025, pois todos os polos turísticos da Bahia estão sendo muito procurados pelos viajantes que buscam o descanso de sol e praia, mas também à diversidade cultural e histórica que a Bahia oferece.
“O trade está muito confiante, pois Salvador e a Bahia como um todo têm se requalificado no que se refere a parte turística, tanto na questão corporativa, como na questão de lazer. Muita coisa nova está acontecendo. Na capital baiana temos os museus e centros culturais, enquanto que no interior temos diversas rotas turísticas, inclusive o enoturismo, que envolve as vinícolas, por exemplo em Mucugê. Então acreditamos que a força do produto turístico Bahia vai favorecer o aumento na demanda por viagens”, destaca Liliane Pinheiro.
Os números do desempenho hoteleiro de Salvador aqui divulgados são frutos da Pesquisa Conjuntural de Desempenho (Taxinfo), realizada pela ABIH Bahia e Brasil. O levantamento é digital e os dados são fornecidos diariamente pelos hotéis ao Portal Cesta Competitiva. A média resultante constitui o indicador para avaliar a evolução da atividade de hospedagem na capital baiana.
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