Publicado em 14/11/2024 às 10h54.

Americanas: ações disparam 30% após lucro de R$ 10,3 bilhões no 3º trimestre

XP avalia que o crescimento ainda é pressionado pelo canal online, mas com níveis de rentabilidade melhorando

Redação
Foto: Assessoria/ Americanas

 

A Americanas (AMER3), em recuperação judicial, divulgou um resultado do terceiro trimestre de 2024 (3T24) na noite da véspera recheado de efeitos gerados pelo plano de recuperação judicial da rede de varejo.

De acordo com informações do portal InfoMoney, a varejista registrou lucro líquido de R$ 10,3 bilhões no terceiro trimestre deste ano e reverteu prejuízo de R$ 1,63 bilhão de um ano antes; a ação abriu a sessão nesta quinta-feira (14) com salto de cerca 20% e, às 10h26 (horário de Brasília), disparava cerca de 30%, mais precisamente 30,36%, a R$ 4,38.

A companhia afirmou que o resultado positivo bilionário obtido entre julho e setembro decorreu entre outros fatores de “reconhecimento como receita financeira dos ‘haircuts’ gerados no momento da quitação de dívidas concursais com credores financeiros e reversão de juros e atualizações monetárias”.

A XP avalia que o crescimento ainda é pressionado pelo canal online, mas com níveis de rentabilidade melhorando. O GMV (volume bruto de mercadorias) total caiu 4% ano a ano, com o ecommerce caindo 49%, enquanto o varejo físico cresceu 14%.

O varejo físico se destacou por conta de três frentes: i) produto certo, com a evolução de um modelo de precificação regional (antes nacional) e uma estratégia mais assertiva de abastecimento das lojas; ii) negociação inteligente, com objetivo de melhorar condições comerciais e aumentar sortimento em loja de categorias onde identificavam demanda/rentabilidade (como papelaria, brinquedos e vestuário); e iii) melhor loja, com testes de novos modelos de loja e a otimização do parque, resultando no fechamento de 21 lojas no trimestre, levando a um crescimento de 14% nas vendas das mesmas lojas.

A rentabilidade também foi destaque, com a margem bruta aumentando 2,6 pontos percentuais, impulsionada por um melhor mix de produtos e redução de custos. A empresa reportou o lucro bilionário beneficiado pela quitação de dívidas e um aumento de capital que reverteu o patrimônio líquido para positivo.

A posição de caixa líquido foi de R$ 482 milhões, após redução da dívida bruta de R$45 bilhões em junho de 2024 para R$ 2 bilhões dado o reperfilamento dos credores financeiro. O aumento de capital de R$24,5 bilhões foi finalizado nesse trimestre, revertendo o patrimônio líquido para terreno positivo em R$6 bilhões (vs. -R$ 30 bilhões no 2T24).

A varejista ainda entende que tem muito trabalho pela frente para destravar valor na companhia, mas elenca como algumas das prioridades: 1) melhorar venda/m²; 2) trabalhar estratégias de precificação/logística; 3) projeto de modulação das lojas; e 4) adoção de modelos mais assertivos de controle de estoque, possibilitando controle de 100% dos SKUs (unidades de estoque) operados.

Para a XP, nota-se que a estratégia mais racional de precificação contribui para o cenário competitivo do ecommerce. No entanto, continua cautelosa com o setor, por conta de uma demanda ainda pressionada pelo macro e competição acirrada. A casa ainda tem a cobertura em revisão para a Americanas.

 

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