Publicado em 29/05/2025 às 14h42.

Após Motta estabelecer prazo, Governo estuda forma de adiar revisão do IOF para 2026, diz jornal

Na avaliação do governo, não existe margem fiscal ou tempo hábil suficiente para substituit a arrecadação esperada ainda em 2025

Redação
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

 

O governo Federal está estudando alternativas para preservar o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) neste ano e negociar alternativas apenas em 2026. Na reunião entre membros do governo e lideranças do Congresso, ministros informaram que não existe margem fiscal ou tempo hábil suficiente para substituir a arrecadação esperada ainda em 2025. As informações são do jornal Folha de São Paulo.

Segundo matéria do InfoMoney, a equipe econômica do governo avalia que qualquer nova proposta de compensação fiscal teria efeitos apenas a partir do próximo exercício (e ano eleitoral). A estratégia foi debatida durante a reunião entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) e os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), na quarta-feira (28).

Na ocasião, Haddad reiterou que não há alternativa viável no curto prazo e que o funcionamento da máquina pública ficaria comprometido sem os R$ 20,5 bilhões projetados com a elevação do imposto, de acordo com a reportagem.

“Expliquei as consequências em caso de não aceitação da medida, o que acarretaria em termos de contingenciamento adicional. Nós ficaremos num patamar bastante delicado do ponto de vista do funcionamento da máquina pública do Estado brasileiro”, afirmou Haddad a jornalistas após a reunião.

Já nesta quinta-feira (29), Motta confirmou o teor das conversas e adotou um tom mais incisivo afirmando que estabeleceu um prazo de 10 dias para que o Executivo apresente um plano alternativo.

“Combinamos que a equipe econômica tem 10 dias para apresentar um plano alternativo ao aumento do IOF. Algo que seja duradouro, consistente e que evite as gambiarras tributárias só para aumentar a arrecadação”, escreveu o presidente da Câmara em uma publicação na rede social X.

De acordo com a Folha, o governo articula, nos bastidores, uma forma de ganhar tempo, apostando que o 11º Forúm Parlamentar do Brics roube o destaque como pauta principal da próxima semana, impedindo assim o avanço das propostas de revogação do IOF. Aliados de Lula avaliam que a alta no índice pode ser mantida por mais seis meses, até a aprovação de medidas estruturantes. A principal seria a revisão de isenções fiscais, que já conta com apoio de setores da Câmara.

O governo deve apresentar sua proposta até o final da próxima semana. Caso contrário, o risco de um ‘shutdown’ da máquina pública, já aventado por Haddad e Randolfe, volta a ganhar força.

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