Publicado em 25/10/2025 às 16h28.

Bahia lidera ranking de investimentos e supera São Paulo pela primeira vez em mais de 10 anos

O Estado da Bahia aplicou R$ 4,12 bilhões em áreas sociais e infraestrutura, o maior volume do Brasil em 2025

Redação
Foto: Consórcio VLT Salvador

 

A Bahia alcançou a liderança nacional em volume de investimentos entre os estados brasileiros no ano de 2025. Com R$ 4,12 bilhões desembolsados nas áreas de infraestrutura e social, entre janeiro e agosto, o estado superou São Paulo, que historicamente ocupa a primeira colocação e registrou R$ 3,66 bilhões aplicados no mesmo período. Os valores estão liquidados e consolidados nos dados oficiais.

Os montantes estão disponíveis no Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (Siconfi), da Secretaria do Tesouro Nacional, que compila as informações das administrações fazendárias estaduais a cada quatro meses.

É a primeira vez em mais de uma década que a Bahia ultrapassa São Paulo, o estado mais rico do Brasil, no ranking de maiores volumes de investimento do país. O governo baiano, apesar de ter um orçamento cinco vezes menor que o paulista, vinha se consolidando na vice-liderança em valores absolutos investidos, sempre atrás de São Paulo.

Confira a lista dos cinco estados que mais investiram nos dois primeiros quadrimestres do ano:

– Bahia – R$ 4,12 bilhões
São Paulo – R$ 3,66 bilhões
Pará – R$ 3,57 bilhões
Minas Gerais – R$ 3,06 bilhões
Goiás – R$ 2,88 bilhões

Investimento recorde e alinhamento do crédito

De acordo com o levantamento realizado pela Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz-BA), a Bahia totaliza R$ 20,2 bilhões em investimentos desde 2023. Esse montante considera a soma de R$ 16,08 bilhões investidos nos dois primeiros anos da gestão do governador Jerônimo Rodrigues (PT), o maior volume registrado nas últimas décadas para um governo baiano em seu estágio inicial.

Para o governador, “os números demonstram claramente que estamos sendo mais eficazes na alocação de recursos para atender à população”. Ele complementa que “isso se traduz nas inúmeras entregas que estamos realizando na capital e no interior, e significa mais escolas de qualidade, avanços importantes na rede de saúde, mais segurança e melhor infraestrutura em todo o Estado”.

O secretário da Fazenda do Estado, Manoel Vitório, ressalta que o desempenho da Bahia atesta o “alinhamento entre a contratação de operações de crédito e a pauta de investimentos do governo”. Segundo ele, “os financiamentos obtidos com base na capacidade de pagamento do Estado garantem os recursos necessários para manter o ritmo forte de investimentos”.

Dívida sob controle e abaixo de estados mais ricos

Vitório lembra que, mesmo com o registro de investimentos recordes nos últimos anos e a contratação de novas operações de crédito, a Bahia mantém sua dívida em patamar baixo e as contas públicas em equilíbrio.

A relação entre a dívida corrente líquida e a receita corrente líquida do governo baiano recuou quatro pontos percentuais em 2025: passou de 37% em janeiro para 33%. Essa redução é ainda mais significativa ao se considerar a trajetória da dívida pública nas últimas décadas, que chegou a 182% da receita em 2002 – mais de cinco vezes o índice atual e o maior patamar desde então.

Manoel Vitório afirma que “houve um decréscimo considerável nessa proporção a partir de 2010, devido ao bem-sucedido processo de gestão das contas estaduais pelas administrações recentes, resultando em melhoria significativa do perfil da dívida do Estado”.

O atual nível de endividamento garante à Bahia uma posição segura conforme os parâmetros da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que estabelece o limite máximo de 200% para a proporção entre as dívidas dos estados e suas respectivas receitas.

Além disso, a Sefaz-Ba aponta que a dívida baiana está muito abaixo daquela registrada pelos estados mais ricos do país e, consequentemente, mais endividados. De acordo com o Siconfi, a dívida do Rio de Janeiro, por exemplo, encerrou o segundo quadrimestre em 202% da receita. A do Rio Grande do Sul ficou em 176%, a de Minas Gerais em 150% e a de São Paulo em 121% da receita.

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