Publicado em 26/07/2024 às 14h27.

Banco Central não tem motivo para aumentar a Selic, avalia gestor da Kinea

Roberto Elaiuy diz que vê ‘prêmio de risco’ na curva de juros, que embute um aumento de 1 ponto na Selic até fim do ano

Redação
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

 

As apostas do mercado financeiro de que o Banco Central (BC) terá que elevar a Selic ainda neste ano, conforme precificação dos juros futuros negociados na B3, representam um “prêmio de risco” relacionado à volatilidade do mercado e não uma hipótese real de alta da taxa básica brasileira, na visão de Roberto Elaiuy, gestor de fundos da Kinea Investimentos, de acordo com informações do portal Bloomberg Línea.

“Seria bizarro subirmos com o Fed cortando e a inflação corrente ainda baixa”, pontuou Elaiuy em entrevista à Bloomberg News, referindo-se à expectativa de que o Federal Reserve, o banco central americano, diminuirá os juros este ano.

A curva de juros brasileira embute um aumento de cerca de 1 ponto percentual da Selic até o fim do ano, para 11,50%, com chance de início do ciclo na reunião do Copom de setembro. Para o encontro da próxima semana, a aposta é de manutenção da taxa.

Mesmo o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de julho, que superou todas as estimativas dos economistas com uma alta de 0,30%, não justifica a expectativa de um aperto monetário, afirma Elaiuy.

O dado veio ruim por motivos bem específicos, entre eles a alta das passagens aéreas, segundo o gestor.

O corte do Fed poderá aliviar as moedas globalmente e seria um motivo adicional para o BC manter a política monetária.

“Imagina o BC subir o juro e, em setembro, o Fed cortar a sua taxa, e o dólar voltar para R$ 5,30. O BC teria subido para cortar depois de poucos meses”, disse.

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