Publicado em 14/06/2024 às 17h02.

Banco Wells Fargo demite funcionários por fingirem trabalhar manipulando o teclado

Teriam sido utilizados dispositivos e softwares para imitar atividade dos funcionários, como os ‘mousemovers’ ou ‘mouse jigglers’

Redação
Foto: Angus Mordant/Bloomberg

 

O Wells Fargo demitiu mais de uma dúzia de funcionários no mês passado após investigar alegações de que eles estavam falsificando trabalho. Segundo informações do portal InfoMoney, os funcionários, todos da unidade de gestão de patrimônio e investimentos da empresa, foram “dispensados após uma revisão de alegações envolvendo simulação de atividade de teclado criando impressão de trabalho ativo”, de acordo com divulgações apresentadas à Autoridade Reguladora do Setor Financeiro (Finra).

“O Wells Fargo mantém os funcionários nos mais altos padrões e não tolera comportamentos antiéticos”, disse um porta-voz da empresa em um comunicado.

Dispositivos e softwares para imitar a atividade dos funcionários, conhecidos como “mousemovers” (movedores de teclado, em tradução livre) ou “mouse jigglers” (agitadores de teclado, em tradução livre), decolaram durante a era do home office estimulada pela pandemia, com as pessoas trocando dicas para usá-los nas redes sociais Reddit e TikTok. Esses gadgets estão disponíveis na Amazon por menos de US$ 20 (R$ 100).

Não está claro nas revelações da Finra se os funcionários que o Wells Fargo demitiu estavam falsificando trabalho de casa. O setor financeiro foi um dos mais agressivos em ordenar que os trabalhadores voltassem ao escritório à medida que a pandemia diminuiu, embora o Wells Fargo tenha esperado mais do que os rivais JPMorgan Chase e Goldman Sachs.

O Wells Fargo, com sede em São Francisco, começou a exigir que os funcionários retornassem ao escritório sob um “modelo híbrido” no início de 2022. O banco agora espera que a maioria dos seus profissionais esteja presencialmente no emprego pelo menos três dias por semana, enquanto os membros do comitê de gestão estão em quatro dias e muitos funcionários, como os de agências, estão em cinco dias.

O quarto maior credor do país buscou crescer na gestão de patrimônio sob o comando do CEO Charlie Scharf e seu vice, Barry Sommers, que se juntou à empresa em 2020. A unidade foi particularmente atingida por uma série de escândalos que eclodiram em 2016, levando embora milhares de assessores, e com eles clientes lucrativos.

As recentes demissões têm ecos de outro episódio no Wells Fargo, de 2018, quando a empresa investigou funcionários de seu banco de investimento por supostas violações da política de despesas depois que eles tentaram fazer com que a empresa pagasse refeições noturnas inelegíveis.

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