Publicado em 25/11/2024 às 14h52.

Carrefour x frigoríficos brasileiros: entenda o imbróglio entre as empresas

Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou que se sente “feliz” com reação de frigoríficos brasileiros em suspender o fornecimento de carne ao grupo Carrefour no Brasil

Redação
Foto: Carrefour

 

O embate entre o Grupo Carrefour e os frigoríficos brasileiros começou na última quarta-feira (20). O CEO global da empresa, Alexandre Bompard, divulgou um comunicado em suas redes sociais no qual dizia que a gigante francesa não comercializaria mais carnes provenientes do Mercosul – bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, segundo informações do portal g1.

“[A empresa] assume hoje o compromisso de não comercializar nenhuma carne proveniente do Mercosul. Estamos prontos, qualquer que seja o preço e a quantidade de carne que o Mercosul venha a nos oferecer”, escreveu.

A carta de Bompard foi endereçada a Arnaud Rousseau, presidente do sindicato de agricultores franceses. Eles realizaram diversas manifestações nos últimos dias contra o acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul.

Um dos receios dos produtores da França é de que o tratado torne os produtos agrícolas sul-americanos mais baratos no território, reduzindo a competitividade das mercadorias europeias.

Porém, o anúncio de Bompard não foi bem-visto pelos frigoríficos brasileiros. Tanto que, um dia após a publicação nas redes sociais, a JBS, Marfrig e Masterboi interromperam o fornecimento de carne bovina ao Carrefour, conforme apurou a Revista Globo Rural.

Entenda nessa reportagem todos os detalhes sobre o imbróglio – que já dura quase uma semana – entre o Carrefour e os frigoríficos.

 

Como começou imbróglio?

O CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard, publicou em suas redes sociais, um comunicado no qual diz que a gigante francesa do varejo “assume hoje o compromisso de não comercializar nenhuma carne proveniente do Mercosul”, bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

“No Carrefour, estamos prontos, qualquer que seja o preço e a quantidade de carne que o Mercosul venha a nos oferecer”, disse Bompard. Veja mais abaixo o posicionamento completo.

“Porém, um dia depois, em nota ao g1, o escritório do Carrefour na França disse que a medida anunciada valia apenas para as lojas da rede no país e que em todas as demais nações onde o grupo atua, incluindo o Brasil e a Argentina, continuará comercializando carne do Mercosul, bem como em países que utilizam o modelo de franqueado”.

À tarde, a rede de supermercados esclareceu ao g1 que quase 100% da carne comprada nas lojas da França é produzida lá — ou seja, a restrição deverá ter impacto pequeno nas exportações dos países do Mercosul.

 

Como o movimento do Carrefour repercutiu no Brasil?

Um dia após o anúncio, na quinta-feira (21), a JBS, Marfrig e Masterboi interromperam o fornecimento de carne bovina ao Carrefour, assim como para outras duas lojas do grupo, o Atacadão e o Sam’s Club.

Uma fonte disse a Revista Globo Rural que “caminhões da JBS que estavam no percurso para a entrega nas lojas voltaram para trás”.

Por sua vez, o Carrefour afirmou em nota que: “infelizmente, a decisão pela suspensão do fornecimento de carne impacta nossos clientes, especialmente aqueles que confiam em nós para abastecer suas casas com produtos de qualidade e responsabilidade”.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, de todo modo, afirmou ao “Em Ponto”, que se sente “feliz” com a reação de frigoríficos brasileiros em suspender o fornecimento de carne ao grupo Carrefour no Brasil.

A Federação das Associações Rurais do Mercosul (Farm) também repudiou, na quinta-feira (21), a decisão anunciada por Bompard.

“Os produtores rurais da Farm e suas entidades aqui representadas não aceitarão ataques injustificados e se reservam o direito de reagir de maneira firme, seja por vias econômicas ou institucionais, para proteger a imagem e os interesses do setor agropecuário de seus países”, diz a nota.

“Essa atitude, arbitrária, protecionista e equivocada, prejudica o bloco e ignora os padrões de sustentabilidade, qualidade e conformidade que caracterizam a produção agropecuária nos seus países membros”, escreveu a federação ainda.

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