Publicado em 24/04/2025 às 12h15.

Confederação Nacional da Indústria projeta alta de 2,3% no PIB neste ano

Estimativa é abaixo dos 2,4% previstos no fim de 2024

Redação
Foto: José Paulo Lacerda/CNI

 

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) projeta um crescimento de 2,3% para o Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, para este ano. A estimativa é inferior aos 2,4% previstos no fim do ano passado, para 2025. O diretor de Economia da entidade, Mário Sérgio Telles, explicou a mudança de visão.

“Reduzimos um pouco a projeção de crescimento do país para este ano, porque a desaceleração da economia está sendo mais forte do que a CNI esperava, e porque o Banco Central dá sinais de que vai elevar ainda mais a taxa Selic”, disse.

Para a CNI, caso se confirme, o PIB será menor em cinco anos e representará um recuo de 1,1 ponto percentual em relação ao crescimento de 2024, que teve 3,4%.

Na estimativa da confederação, o PIB da indústria deverá ter alta de 2% e do setor de serviços 1,8%. Ambos setores terão, caso seja confirmada a projeção, recuo em suas taxas de crescimento, já que em 2024, tiveram altas de 3,3% e 3,7%, respectivamente.

“A economia brasileira dá claros sinais de desaceleração e eles vêm do último trimestre de 2024. O PIB, no último trimestre do ano passado, cresceu apenas 0,2%, um crescimento muito abaixo do que a gente tinha visto nos outros trimestres. Há um desaquecimento geral da economia”, pontuou Telles.

A CNI prevê um menor ritmo de expansão da demanda, que causará impactos tanto na indústria quanto nos serviços. A indústria de transformação deve crescer 1,9% este ano, metade dos 3,8% de 2024. A construção também deve ter perda no ritmo de crescimento, passando dos 4,3% de 2024 para 2,2%, neste ano.

A estimativa da CNI é que a taxa de juros real encerre 2025 com uma taxa de 9,8% ao ano, mais do que os 7% de 2024. Também é previsto um crescimento real de 6,5% das concessões totais de crédito, abaixo dos 10,6% apurados no ano passado. Enquanto o consumo das famílias deverá ter aumento de 2,2%, menos da metade do ano passado que foi de 4,8%.

São projetadas reduções no ritmo de crescimento dos investimentos no país (dos 7,3% de 2024 para uma previsão de 2,8% neste ano) e da demanda externa. Para a CNI, isso será resultado dos impactos da nova política comercial dos Estados Unidos.

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