Publicado em 28/10/2024 às 10h23.

Cresce projeção do mercado para estouro na meta da inflação no fim deste ano, aponta BC

Previsão para o IPCA de 2024 passou de 4,5% para 4,55%, enquanto Selic permaneceu estável pela quarta semana consecutiva

Redação
Foto: Agência Brasil

 

As projeções do mercado financeiro para a inflação brasileira no boletim Focus, do Banco Central, divulgadas nesta segunda-feira (28), apontam para uma alta pela quarta semana seguida, superando o teto da meta de inflação. A previsão para o IPCA de 2024 passou de 4,5% para 4,55%.

Segundo matéria do Estadão, a mediana para a inflação de 2025 oscilou de 3,99% para 4%, mais próxima do teto, de 4,5%, do que do centro da meta, de 3%. A partir do próximo ano, as previsões, que tem como base o IPCA acumulado em 12 meses, apontam para um movimento contínuo da meta. Se o indicador ficar acima ou abaixo do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, o Banco Central terá descumprido o alvo. As medianas para os horizontes mais longos permaneceram descoladas da meta, em 3,6% para 2026 e 3,5% para 2027.

Caso esta estimativa se concretize, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, deve terminar a sua gestão escrevendo a terceira carta aberta para explicar o descumprimento da meta. Seu mandato vai até 31 de dezembro. A partir de 2025, assume o diretor de Política Monetária da instituição, Gabriel Galípolo, indicado ao cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e já aprovado pelo Senado.

Taxa de juros

A mediana do relatório Focus para a taxa Selic no fim de 2024 também apresentou estabilidade pela quarta semana consecutiva, permanecendo em 11,75% e consolidando assim a avaliação do mercado de que o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentará os juros em 0,5 ponto porcentual nas duas próximas decisões, de 6 de novembro e 11 de dezembro.

Para o fim de 2025, a estimativa intermediária permaneceu em 11,25%, após duas semanas de alta, indicando que a visão do mercado é de que o BC terá pouco espaço para reduzir as taxas no próximo ano, em meio às pressões inflacionárias e à desancoragem das expectativas de IPCA.

PIB

Já em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), a expectativa para este ano aumentou pela terceira semana seguida, de 3,05% para 3,08% – aproximando-se estimativas do Banco Central e do Ministério da Fazenda, de 3,20%.

Com a estimativa intermediária para 2025 mantendo-se em 1,93%, estável há três semanas, apesar de haver uma expectativa de um ciclo maior no aumento de juros – que, tudo mais constante, deveria ter impacto na atividade. Um mês antes, a projeção era de 1,92%. Considerando apenas as 33 expectativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana passou de 1,93% para 1,90%.

Os economistas do mercado não alteraram as projeções de crescimento da economia em 2026 e 2027. Ambas permaneceram em 2%, como já estão há 64 e 66 semanas, respectivamente.

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