Demanda global por petróleo atinge seu menor nível desde 2020, aponta IEA

A Agência Internacional de Energia (IEA) divulgou nesta quinta-feira (12) seu relatório mensal referente ao crescimento da demanda global por petróleo, que aponta para um movimento contínuo de desaceleração na procura pela commoditie, com avanço de 800 mil barris por dia no 1º semestre de 2024, o menor volume registrado desde 2020.

Segundo matéria do InfoMoney, o principal motivo dessa perda de ritmo é apontado como a rápida desaceleração da China, onde o consumo caiu pelo quarto mês consecutivo em julho, na comparação anual. As previsões para demanda global de petróleo permaneceram praticamente inalteradas quando comparadas com as médias de julho. É projetado um crescimento de 900.000 barris por dia para este ano e 950.000 barris por dia em 2025, ou menos de 1%.

A oferta mundial do combustível aumentou 80 mil barros por dia, para um total de 103,5 milhões de barris diários em agosto, com interrupções causadas por uma disputa política na Líbia combinada com uma estabilidade na Noruega e no Cazaquistão, que foram compensadas por fluxos mais altos da Guiana, Brasil e outros países.

Fora da China, o crescimento da demanda por petróleo é considerado, na melhor das hipóteses, morno. Os dados mais recentes para os Estados Unidos mostram um declínio acentuado nas entregas de gasolina em junho, após uma força inesperada em maio. O uso de gasolina pelo maior consumidor de petróleo do mundo diminuiu em cinco dos primeiros seis meses deste ano.

Uma mudança de ares no setor estrutural somado a um fraco crescimento econômico significam que as entregas continuam a contrair em várias economias avançadas. Isso pode deixar o uso de petróleo das economias avançadas este ano quase 2 milhões de barris diários abaixo do nível pré-pandêmico.

“Com o crescimento da demanda chinesa aparentemente se esgotando e apenas aumentos ou declínios modestos na maioria dos outros países, as tendências atuais reforçam nossa expectativa de que a demanda global se estabilizará até o final desta década”, diz o texto.

Ainda segundo o relatório, os estoques globais de petróleo caíram 47,1 mb em julho, com concentração no petróleo bruto, GNL e matérias-primas (-75,5 mb), enquanto os derivados de petróleo atingiram seu nível mais alto desde janeiro de 2021. No momento que o relatório foi finalizado, o ICE Brent, medidor oficial da qualidade do óleo retirado no Mar do Norte, estava sendo negociado a cerca de US$ 70 por barril, o nível mais baixo desde o final de 2021, com uma queda de US$ 20 por barril em relação à alta de abril de 2024.