Publicado em 24/09/2024 às 17h04.

Demanda por petróleo não atingirá pico tão cedo, diz diretor da Opep

Organização crê que petróleo terá em 2050 maior fatia histórica na matriz energética global

Redação
Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

 

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) vê crescimento de 24% na demanda global por energia até 2050, em um cenário em que o petróleo mantém ainda papel relevante no abastecimento dos mercados, segundo informações do jornal Folha de S.Paulo.

A organização, que reúne alguns dos maiores produtores globais, diz que não vê sinais de pico de consumo do combustível fóssil, apesar da corrida pelas renováveis. Pelo contrário, crê que o petróleo terá em 2050 a maior fatia histórica na matriz energética global.

Foi a primeira vez em que a Opep divulgou seu documento de projeções anuais, chamado World Oil Outlook, fora de sua sede, em Viena, na Áustria.

“O lançamento do nosso Outlook aqui é um sinal muito claro da importância do Brasil para o mundo energético. Não só para o petróleo, mas para a energia global”, disse Al-Ghais, pouco antes de ser interrompido por ativistas do Greenpeace.

Com faixas pedindo transição energética justa e falando sobre catástrofe climática, eles interromperam a apresentação e logo depois foram retirados por seguranças do evento, que reúne petroleiras e prestadores de serviços no Rio de Janeiro.

A Opep prevê que energias renováveis responderão por 60% do crescimento da demanda global, mas o consumo de petróleo deve ultrapassar os 120 milhões de barris por dia em 2050, alta de 17 milhões de barris em relação ao cenário atual.

Segundo a organização, a participação do petróleo e do gás na matriz energética em 2050 ficará acima dos 50%, com o petróleo em 29%, a maior fatia da história. “O mixo de energia passará por grandes mudanças até 2050, mas petróleo e gás continuarão cruciais para o suprimento global”, afirmou o documento.

As projeções vão de encontro ao desejo da comunidade científica e de organizações ambientalistas, que pressionam governos a impor medidas restritivas à produção de combustíveis fósseis. “Não há sinal de pico da produção de petróleo tão cedo”, disse Ayed Al Qahtani, diretor de pesquisa da organização.

A organização pontuou que o suprimento global de petróleo demandará investimentos de US$ 17,4 trilhões no período, dos quais US$ 14,2 trilhões serão destinados a área de exploração e produção, que engloba a busca e a extração de novas reservas.

As projeções são baseadas em um cenário de crescimento da população mundial para 9,7 bilhões de pessoas em 2050, com crescimento médio de 2,9% ao ano na economia global.

Al Qahtani defendeu que, além das necessidades climáticas, a segurança energética e o desenvolvimento econômico também devem impactar estratégias de investimentos em energia.

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