Dólar encerra em queda e fica abaixo de R$ 6 pela primeira vez desde dezembro

O dólar teve uma queda acentuada nesta quarta-feira (22), afastando-se do patamar de R$ 6, com os mercados globais atentos às novas medidas tarifárias anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A moeda norte-americana fechou com recuo de 1,41%, cotada a R$ 5,946, o menor valor desde 27 de novembro, quando foi registrada a cotação de R$ 5,914.

Desde o final de novembro de 2024, o dólar tem se mantido acima de R$ 6, devido ao aumento das preocupações do mercado com as contas públicas do governo federal. A última vez que a moeda esteve abaixo desse patamar foi em 11 de dezembro, quando fechou a R$ 5,959.

Apesar do clima positivo nos principais mercados internacionais, o Ibovespa permaneceu praticamente estável durante a maior parte da sessão. Por volta das 17h, o índice mostrava uma leve queda de 0,08%, oscilando em torno de 123,3 mil pontos.

Na terça-feira (21), o dólar à vista havia fechado com leve queda de 0,18%, a R$ 6,031.

Os mercados globais estão acompanhando atentamente os primeiros passos de Trump após seu retorno à Casa Branca. Na véspera, o republicano anunciou que seu governo está discutindo a imposição de uma tarifa de 10% sobre produtos importados da China, com início previsto para fevereiro. Ele também mencionou a possibilidade de tarifas sobre produtos da União Europeia, Canadá e México.

Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, criticou a abordagem de Trump, considerando questionável a estratégia de aumentar as barreiras comerciais para fomentar a manufatura nos EUA, uma vez que a economia do país já está operando perto de sua capacidade máxima.

Apesar das ameaças de tarifas, Trump até o momento orientou as agências federais a investigarem os déficits comerciais dos EUA e as práticas comerciais injustas de seus parceiros.

Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, comentou que a postura do governo Trump, de ameaçar antes de implementar tarifas, tem gerado um enfraquecimento global do dólar. “O receio era que ele adotasse uma postura agressiva logo no primeiro dia de mandato”, completou.