Publicado em 12/11/2024 às 17h56.

Dólar fecha estável apesar de avanço no exterior com atenção ao fiscal e ata do Copom

Ata do BC disse que piora adicional nas expectativas de inflação pode prolongar aperto no juro

Redação
Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil

 

O dólar comercial fechou praticamente estável nesta terça-feira (12), apesar do forte avanço das cotações no exterior, com o mercado se apegando às promessas do governo Lula de equilíbrio fiscal e à expectativa de que o ciclo de alta de juros no Brasil seja mais longo, como indicado na ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), de acordo com informações do portal InfoMoney.

 

Qual foi a cotação do dólar hoje?

O dólar comercial fechou com alta de 0,01%, cotado a R$ 5,769 na compra e R$ 5,770 na venda. Na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,13%, a 5.772 pontos.

Na segunda-feira, o dólar à vista fechou o dia em alta de 0,58%, cotado a R$ 5,7711.

 

Dólar comercial

Compra: R$ 5,769

Venda: R$ 5,770

 

Dólar turismo

Venda: R$ 5,811

Compra: R$ 5,991

 

O que aconteceu com o dólar hoje?

Antes da abertura do mercado a ata do Copom reiterou as preocupações do BC com as expectativas de inflação desancoradas e alertou que isso pode levar a um ciclo mais longo de elevações da Selic, hoje em 11,25% ao ano.

“A desancoragem das expectativas de inflação é um fator de desconforto comum a todos os membros do Comitê”, disse o BC na ata. “Uma deterioração adicional das expectativas pode levar a um prolongamento do ciclo de aperto de política monetária.”

Uma Selic mais alta em tese favorece a atração de investimentos ao Brasil, o que atuaria como um fator de baixa para o dólar ante o real. Pela manhã essa perspectiva fez o dólar oscilar em baixa, ainda que no exterior a divisa norte-americana sustentasse ganhos firmes. Às 10h06 o dólar à vista atingiu a cotação mínima de 5,7540 reais (-0,30%).

A moeda norte-americana e os rendimentos dos Treasuries avançavam globalmente na sessão ainda em reação às promessas políticas do presidente eleito Donald Trump de corte de impostos e aumento de tarifas de importação nos EUA.

Isso fez o dólar ensaiar ganhos mais consistentes ante o real no período da tarde, com a divisa atingindo a máxima de R$ 5,7999 (+0,50%) às 14h49.

Operador ouvido pela Reuters pontuou que o patamar de R$ 5,80 — como vem ocorrendo nas sessões mais recentes — funcionou como importante resistência técnica para as cotações.

No restante do dia, o dólar oscilou próximo da estabilidade.

“O nosso dólar andou bem de lado, porque estamos na iminência ainda de que as propostas do governo para a área fiscal sejam apresentadas para a Câmara e para o Senado”, lembrou Lucélia Freitas Aguiar, especialista em câmbio da Manchester Investimentos. “Com o BC apertando a Selic e saindo algo do lado fiscal, a tendência é o dólar dar uma estabilizada, não ficar tão disparado”, acrescentou.

Pela manhã, o vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que o Brasil terá uma política fiscal “vigorosa”, mas não houve nenhum detalhamento das medidas, aguardadas com ansiedade pelo mercado.

No fim da manhã o BC vendeu todos os 15.000 contratos de swap cambial tradicionais ofertadas em leilão para rolagem do vencimento de 2 de janeiro de 2025.

No exterior, o dólar seguia em alta ante quase todas as demais divisas. Às 17h12, o índice do dólar =USD — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,58%, a 106,030.

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