Publicado em 08/11/2024 às 17h59.

Dólar sobe 1,09%, a R$ 5,73, por decepção com China e expectativa de fiscal no Brasil

Esther Silva
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

 

O dólar comercial hoje fechou com alta de 1,09% perante o real, à medida que investidores analisavam dados de inflação mais fortes do que o esperado no Brasil e novos anúncios de estímulo fiscal pela China que decepcionaram os mercados, de acordo com informações do portal InfoMoney.

Além disso, investidores aguardavam anúncio de medidas fiscais pelo governo, sem nenhum comunicado do governo. O único compromisso oficial do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta sexta-feira (8) é a nova reunião para discutir o ajuste fiscal, que ainda não terminou.

Autoridades chinesas anunciaram um programa de US$ 1,4 trilhão, ou ¥ 10 trilhões, para refinanciar a dívida dos governos locais –números que, aparentemente, não impressionaram os mercados sobre esse nova tentativa de apoiar a segunda maior economia do mundo e fazem o minério cair, o que também afeta o real.

 

Qual a cotação do dólar hoje?

O dólar à vista fechou o dia em alta de 1,09%, cotado a 5,7376 reais. Na semana, no entanto, a divisa acumulou baixa de 2,25% em função dos recuos nas sessões anteriores.

Às 17h05, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,77%, a 5,7540 reais na venda.

 

Dólar comercial

Compra: R$ 5,737

Venda: R$ 5,737

 

Dólar turismo

Venda: R$ 5,989

Compra: R$ 5,809

 

O que acontece com o dólar hoje?

A moeda norte-americana subiu ante o real durante todo o dia, sustentada por fatores externos e internos, entre eles a frustração do mercado com as medidas de estímulo econômico da China.

Autoridades chinesas disseram que permitirão que os governos locais emitam 6 trilhões de iuanes (838,77 bilhões de dólares) em títulos para trocar por dívidas fora do balanço, ou “ocultas”, ao longo de três anos. Investidores pareceram desapontados com o tamanho do plano, o que ajudou a sustentar a alta do dólar ante o real no Brasil.

“Sabemos que isso (a decepção com a China) acaba afetando moedas de países exportadores de commodities, como o Brasil”, disse Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos, acrescentando que a demora do governo Lula em apresentar medidas de contenção de despesas também impulsionava as cotações.

A reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com ministros para discutir o pacote de contenção de despesas foi encerrada na quinta-feira e retomada na tarde desta sexta-feira, ainda sem previsão de divulgação de medidas.

“Acho que o governo está esperando dar uma acalmada no ‘efeito Trump’ sobre o mercado, para o pacote do Brasil causar o efeito que eles precisam que cause”, opinou Avallone.

De fato, nesta sexta-feira o efeito da vitória de Trump na corrida presidencial dos Estados Unidos continuou a impulsionar o dólar ao redor do mundo: a moeda norte-americana subia ante praticamente todas as demais divisas. Às 17h10, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,58%, a 105,020.

Neste cenário, após marcar a cotação mínima de 5,6929 reais (+0,30%) às 9h00, na abertura dos negócios, o dólar à vista saltou para a máxima de 5,7916 reais (+2,04%) às 14h02. Depois disso, desacelerou um pouco, mas ainda se manteve em patamares elevados.

Pela manhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,56% em outubro, depois de avançar 0,44% em setembro. O resultado ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters, de 0,53% para o mês.

Nos 12 meses até outubro o IPCA acumulou alta de 4,76% — um percentual já acima do teto da meta de inflação perseguida pelo Banco Central.

No fim da manhã o BC vendeu 14.000 contratos de swap cambial tradicional em leilão para rolagem do vencimento de 2 de dezembro de 2024.

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