Publicado em 12/12/2024 às 16h12.

Em 2022, na Bahia, 8 em cada 10 pessoas moravam em imóveis próprios

Frente a 2010, os imóveis alugadores foram os que mais ganharam participação

Redação
Foto: Reprodução/Pixabay

 

Em 2022, 8 em cada 10 pessoas na Bahia moravam em imóveis próprios (79,7% ou 11.240.675 habitantes, em número absolutos), os quais representavam 78,3% do total de domicílios particulares permanentes ocupados no estado (3.983.729 de um total de 5.088.395).

Quase a totalidade desses domicílios próprios já estavam pagos: 3.729.608 ou 73,3% do total, que abrigavam 74,6% dos habitantes do estado (10.515.964 pessoas). Outros 5,0% das residências estavam ainda sendo pagas – nelas moravam 5,1% da população da Bahia (724.710 pessoas).

Os domicílios alugados representavam 15,9% do total (807.323 em números absolutos), onde viviam 14,7% dos habitantes do estado (2.079.370 de pessoas). Já os domicílios cedidos ou emprestados somavam 258.891, representando 5,1% do total, onde viviam 4,8% da população baiana (681.891). Dentre estes, a grande maioria era de domicílios cedidos por familiares (484.057 ou 3,4% de todas residências baianas).

Dentre os 27 estados, a Bahia tinha o 6º maior percentual de pessoas morando em domicílios próprios (79,7%) e o 4º maior percentual de pessoas que viviam em domicílios próprios já pagos (74,6%). Tinha, por sua vez, o 6º menor percentual de pessoas que moravam em domicílios alugados (14,7%) e o 3º menor percentual de pessoas morando em domicílios cedidos (4,8%).

Dos 72,5 milhões de domicílios particulares permanentes ocupados no Brasil em 2022, 71,3% (51,6 milhões) eram próprios, onde moravam 146,9 milhões de pessoas (72,7% do total). Os domicílios alugados somavam 16,1 milhões (22,2% do total), onde moravam 42,2 milhões de pessoas (20,9% do total de moradores). Havia ainda 4,1 milhões de domicílios cedidos ou emprestados (5,7% do total), onde viviam 5,6% da população brasileira (11,4 milhões).

Em 2022, segundo o Censo, os estados com os maiores percentuais de população em domicílios próprios eram Maranhão (84,0%), Piauí (83,9%) e Acre (81,1%). Distrito Federal (30,1%), Goiás (26,8%) e Mato Grosso (26,2%) lideravam em proporção de moradores de domicílios alugados. Mato Grosso do Sul (8,8%), Rondônia (8,6%) e Tocantins (8,1%) tinham os maiores percentuais de pessoas vivendo em domicílios cedidos.

Na Bahia, embora sejam francamente dominantes, os domicílios próprios vêm perdendo participação no total desde o ano 2000, quando chegaram a representar 81,5% das residências do estado.

Já a proporção de domicílios alugados caiu entre 1980 (12,8%) e 2000 (9,2%), mas começou a aumentar em 2010 (foi a 13,5%) e seguiu em alta em 2022, atingindo seu maior patamar em 42 anos (15,9%).

Proporção de domicílios alugados, em Salvador, passou de 12,2% em 2000 para 21,4% em 2022

Em Salvador, os domicílios próprios também eram bastante predominantes, ainda que um pouco menos do que no estado como um todo: 75,4% dos habitantes da capital (1.816.651 pessoas) moravam em imóveis próprios, que representavam 74,2% do total de domicílios particulares permanente ocupados no município (711.480 de um total de 958.731).

Ao todo, 488.098 pessoas (20,3% ou 1 em cada 5 habitantes de Salvador) moravam em domicílios alugados, que representavam 21,4% das residências da capital (205.523). Por sua vez, 3,3% da população soteropolitana (79.659 pessoas) viviam em domicílios cedidos, que somavam 32.254 (3,4% do total).

Dentre as 27 capitais, Salvador tinha a 7ª maior percentagem de população vivendo em domicílios próprios (75,4%), a 8ª menor proporção de moradores em domicílios alugados (20,3%) e a 2ª menor proporção de pessoas moradoras em domicílios cedidos ou emprestados (3,3%).

Teresina/PI (80,1%), Macapá/AP (78,5%) e Belém/PA (76,9%) tinham as maiores percentagens de pessoas em domicílios próprios; Florianópolis/SC (33,8%), Goiânia/GO (32,6%) e Palmas/TO (30,3%) lideravam na proporção de moradores em residências alugadas; e Brasília/DF (7,2%), Boa Vista/RR (6,8%) e Manaus/AM (6,7%), nas percentagens de pessoas em domicílios cedidos.

Todos os municípios baianos têm maioria da população em domicílios próprios; 85,1% deles (355) têm mais de 3/4 dos habitantes nessa condição

Em 2022, todos os 417 municípios baianos tinham a maioria da população em domicílios próprios, sendo que, em 355 cidades (85,1% do total), mais de 3/4 das pessoas (ou mais de 75,0%) moravam em residências próprias.
Ibitiara, com 95,1% da população morando em domicílios próprios, Guajeru (94,9%) e Ipecaetá (94,8%) lideravam nesse sentido. Considerando apenas os 18 municípios com mais de 100 mil pessoas residindo em domicílios particulares permanentes, os maiores percentuais de população em residências próprias estavam em Alagoinhas (81,6%), Simões Filho (80,0%) e Jequié (79,9%).

Os domicílios alugados tinham maior importância em Luís Eduardo Magalhães, onde 32,1% das pessoas moravam nessa condição, Rodelas (25,9%) e Irecê (25,4%). Além de Luís Eduardo Magalhães, Porto Seguro (25,4%) e Santo Antônio de Jesus (23,1%) eram as outras cidades baianas com mais de 100 mil habitantes com maiores proporções de moradores de domicílios alugados.

Jussari (21,6%), Nova Ibiá (20,9%) e Barra do Rocha (20,8%) tinham, por sua vez, os maiores percentuais de moradores de domicílios cedidos. Essa condição de ocupação era muito menos frequente nos municípios com mais de 100 mil habitantes, entre os quais Ilhéus (7,6%), Eunápolis (6,4%) e Itabuna (6,3%) tinham as maiores proporções de população em domicílios cedidos.

98,0% das pessoas na Bahia moram em domicílios com paredes de alvenaria ou taipa com revestimento

Em 2022, na Bahia, 98,0% das pessoas moravam em domicílios particulares permanentes com paredes de alvenaria (com ou sem revestimento) ou taipa com revestimento – o que totalizava 13.817.335 habitantes.

A proporção do estado era maior do que a nacional (94,6%) e a 13ª entre as 27 unidades da Federação, num ranking liderado por Rio de Janeiro (99,5%), Minas Gerais (99,4%) e Rio Grande do Norte (99,4%). No outro extremo, Acre (56,1%) e Rondônia (69,1%) eram os únicos estados que tinham menos de 70% da população morando em domicílios com paredes feitas desses materiais.

Apesar do quadro positivo, ainda havia na Bahia, em 2022, 286.820 pessoas (2,0% do total) vivendo em residências com paredes externas onde predominavam materiais menos adequados, como taipa sem revestimento (55.313 pessoas, ou 0,4% dos moradores em domicílios particulares permanentes), madeira para construção (49.042, ou 0,3%), madeira aproveitada de tapume, embalagens, andaimes (8.856 ou 0,1%) ou outros materiais, como zinco, plástico, folha ou casca de vegetais (173.609 pessoas ou 1,2% dos moradores).

Dentre os 417 municípios baianos, 19 tinham 100% de seus moradores vivendo em domicílios com parede externas de alvenaria (com ou sem revestimento) ou de taipa com revestimento. Outros 235 tinham mais de 98,0% de sua população em residências com paredes desses materiais, somando 255 cidades (6 em cada 10 ou 61,2%). No outro extremo, São José do Jacuípe (77,9%), Tapiramutá (78,4%) e Santa Luzia (80,4%) tinham as menores proporções.

Em Salvador, 98,7% das pessoas (2.377.038) moravam em domicílios com as paredes externas de alvenaria (com ou sem revestimento) ou taipa com revestimento, enquanto 1.238 (0,05%) moravam em residências de madeira para construção; 1.090 (0,04%), em domicílios de taipa sem revestimento; 520 (0,02%) em domicílios de madeira aproveitada de tapume, embalagem, andaime e 28.204 (1,2%) viviam em domicílios feitos de outros materiais.

Em 2022, na Bahia quase 1 em cada 5 pessoas (16,6%) vivia em um domicílio com mais de 2 moradores por dormitório

O número médio de moradores por dormitório (cômodo usado de forma permanente para alguém dormir) é um indicador da densidade do domicílio, que, quanto maior, mais pode impactar negativamente as condições de vida.
Em 2022, na Bahia, quase 1 em cada 5 pessoas (16,6% ou 2.338.113, em números absolutos) morava em um domicílio com mais de 2 moradores, em média, por dormitório, sendo que 3,6% do total da população (507.202 pessoas) viviam em domicílios com mais de 3 moradores por dormitório.

As residências com mais de 2 moradores por dormitório, representavam, em 2022, 1 em cada 10 domicílios particulares permanentes ocupados no estado (10,0% ou 509.565 em números absolutos). As muito densas, com mais de 3 pessoas/dormitório, eram 1,9% dos domicílios (95.871).

A Bahia tinha a 9ª menor proporção de pessoas morando em domicílios com mais de 2 moradores por dormitório (16,6%), assim como a 9ª menor proporção de moradores em domicílios com mais de 3 pessoas por dormitório (1,9%).

No Brasil como um todo, 18,0% das pessoas viviam em domicílios com mais de 2 moradores por dormitório (36,5 milhões, em números absolutos), sendo que 9,8 milhões (4,8% do total) estavam em domicílios com mais de 3 moradores por dormitório. Roraima, com 46,1% das pessoas em domicílios com mais de 2 moradores por dormitório e 23,2% em domicílios com mais de 3 pessoas por dormitório; Amazonas (44,5% e 19,1%, respectivamente); e Amapá (41,0% e 16,1%) eram os estados com mais habitantes em residências adensadas.

No outro extremo, Santa Catarina (10,3% e 1,9%), Paraná (10,6% e 2,0%) e Rio Grande do Sul (10,5% e 2,1%) eram as unidades da Federação com as menores proporções da população vivendo em domicílios com mais de 2 moradores ou mais de 3 moradores por dormitório.

A participação dos domicílios com maior densidade de moradores por dormitório caiu de forma significativa na Bahia, entre 2010 e 2022. Os que têm mais de 2 moradores por dormitório passaram de 17,6% para 10,0%, já os que têm mais de 3 moradores por dormitório diminuíram de 4,9% para apenas 1,9% do total.

Salvador tinha, em 2022, 15,0% de sua população (361.375 pessoas) vivendo em domicílios com mais de 2 moradores por dormitório, 10ª menor proporção entre as capitais. Um total de 92.661 pessoas moravam em domicílios com mais de 3 moradores por dormitório, representando 3,9% da população do município, a 17ª maior proporção (ou 11ª menor) entre as capitais.

Metade dos municípios baianos (209 dos 417) tinham uma proporção de pessoas em domicílios com mais de 2 moradores por dormitório acima da verificada no estado como um todo (16,6%). Eles eram liderados por Piraí do Norte (33,8% da população nessa situação), Ibirapitanga (33,1%) e Arataca (32,8%). No outro extremo, São Domingos (6,2%), Gavião (8,5%) e Candiba (8,8%) tinham os menores percentuais.

Arataca tinha ainda a maior proporção de pessoas vivendo em domicílios muito densos, com mais de 3 moradores por dormitórios (13,9%), seguida por Ibirapitanga (9,8%) e Itagi (9,2%). São Domingos (0,3%), Ibiassucê (0,4%) e Lajedo do Tabocal (0,5%) tinham as menores proporções.

Em 2022, BA tinha 3ª menor proporção de moradores em domicílios com máquina de lavar roupa (34,8%) e 7ª menor com Internet em casa (85,1%)

Em 2022, o Questionário da Amostra do Censo investigou a existência de máquina de lavar roupa e de acesso à Internet nos domicílios. A presença da máquina de lavar roupa é um indicador, ao mesmo tempo, de condição de vida, conforto e otimização do tempo, sobretudo para mulheres. Ela vem crescendo de forma significativa nos lares baianos, desde 2000. Ainda assim, a Bahia tinha, em 2022, o 3º menor percentual de pessoas em domicílios com esse equipamento, entre os estados: 34,8% (4.900.539 moradores).

A proporção era bem inferior à do Brasil como um todo, onde 68,1% das pessoas (137,7 milhões) moravam em domicílios onde havia máquina de lavar roupa. Era também a 3ª mais baixa entre os estados, só acima das registradas no Maranhão (27,0%) e Piauí (32,0%). Santa Catarina (94,2%), Rio Grande do Sul (89,3%) e São Paulo (88,8%) tinham os maiores percentuais de população que morava em domicílios com máquina de lavar.

Embora ainda seja relativamente pequena, a presença da máquina de lavar nos domicílios baianos vem quase dobrando a cada Censo. Em 2000, apenas 9,9% das pessoas moravam em domicílios com o equipamento (7ª menor proporção entre os estados), percentagem que subiu para 19,4% em 2010 (6ª menor entre os estados) e para 34,8% 12 anos depois (3ª menor proporção).

Em Salvador, a proporção da população que mora em residências onde há máquina de lavar é bem maior do que na Bahia como um todo: 61,2%, o que representa 1.473.162 pessoas. A percentagem também cresceu de forma significativa: era de 27,1% em 2000 e de 44,0% em 2010.

Ainda assim, Salvador tinha a 5ª menor percentagem de pessoas morando em domicílios com máquina de lavar, entre as capitais. Curitiba/PR (94,9%), Florianópolis (94,4%) e Porto Alegre/RS (92,6%) lideravam, enquanto São Luís/MA (51,2%), Teresina/PI (54,6%), Belém/PA (55,0%) e Maceió/AL (60,9%) estavam abaixo da capital baiana.

Salvador não era, em 2022, o município baiano com maior proporção de pessoas morando em domicílios com máquina de lavar. Esse posto ficava com Lauro de Freitas (67,5%). A capital vinha em segundo lugar e, em terceiro, aparecia Luís Eduardo Magalhães (58,1%). No outro extremo, Pedro Alexandre (4,8%), Matina (5,1%) e Lajedinho (5,8%) tinham os menores percentuais de pessoas morando em residências com máquina de lavar, entre os municípios da Bahia.

O acesso à Internet era um serviço muito mais presente nos lares baianos. Em 2022, 85,1% das pessoas moravam em domicílios com Internet, no estado (12.005.051 em números absolutos).

Foi a primeira vez que o Censo investigou o acesso domiciliar à Internet de forma independente, sem citar o equipamento usado para utilizar a Rede. Em 2010, a pergunta havia sido sobre existência de computador com acesso à Internet e, na ocasião, apenas 19,7% da população baiana moravam em domicílios com o equipamento e o serviço ao mesmo tempo.

Apesar de elevada, a proporção de pessoas em residências com Internet na Bahia era inferior à nacional e a 7ª mais baixa entre os estados.

No Brasil como um todo, 89,4% das pessoas (180.625.903 em números absolutos) moravam em domicílios onde havia acesso à Internet. Os maiores percentuais estavam no Distrito Federal (96,2%), em Santa Catarina (94,8%) e em São Paulo (93,5%). Por sua vez, Acre (75,2%), Amazonas (77,7%) e Pará (79,4%) tinham os menores.

Em Salvador, 91,3% das pessoas (2.197.787, em números absolutos) moravam em domicílios com acesso à Internet, em 2022. Apesar de elevado, o percentual era o 4º mais baixo entre as 27 capitais, ficando acima apenas dos verificados em Rio Branco/AC (88,6%), Belém/PA ( 90,2%) e Macapá/AP (91,2%).

Florianópolis/SC (96,9%), Brasília/DF (96,2%) e Curitiba/PR (96,1% ) tinham as maiores proporções de população moradora de domicílios com Internet.

Mesmo entre os municípios da Bahia, Salvador apresentava apenas a 11ª maior proporção de moradores em domicílios com Internet. Luís Eduardo Magalhães (95,0%), Lauro de Freitas (93,5%) e Ibicoara (92,7%) lideravam; Ipecaetá (55,0%), Pedro Alexandre (58,5%) e Barra (60,7%) tinham os menores.

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