Ex-catador de latinhas se tornou um dos empresários mais bem sucedidos do Brasil
Conheça a história do empresário Geraldo Rufino, fundador da JR Diesel

Criado na favela do Sapé, em São Paulo, o empresário Geraldo Rufino aprendeu a encarar as adversidades da vida bem cedo. Após perder a mãe aos 7 anos, considerada por ele como sua grande mentora no empreendedorismo, Geraldo foi catador de latinhas ainda criança.
Aos 13 anos começou a empreender “no CNPJ de outro”, como ele se refere à experiência de trabalhar em uma empresa que não era sua de fato. Com uma história marcada pela superação e espírito empreendedor, ele foi convidado pelo Sebrae no Dia do Cliente, comemorado na terça-feira (15), para contar como se tornou um dos empresários mais bem sucedidos do país, como fundador da JR Diesel, considerada a maior empresa em reciclagem e desmontagem de veículos da América Latina.
“A melhor homenagem que você pode fazer para o seu cliente é se preparar para ele comprar você. Não importa o produto ou serviço que você vende, quando você deparar com uma pessoa, esqueça o nome cliente. Primeiro você conquista a pessoa e depois, por consequência, essa pessoa se transforma em cliente. Dessa forma, eles nunca vão te faltar”, destacou.
Confira abaixo a entrevista do Sebrae com o empresário:
– Conta um pouco sobre o início da sua história?
– Cheguei em São Paulo com 4 anos de idade e como não tínhamos onde morar, fomos viver em um barraco na favela. Mesmo assim, eu costumo dizer que nasci rico, porque desde pequeno eu aprendi a ter valores com a minha mãe, que foi minha principal mentora e que considero uma empreendedora, pois foi com ela que desenvolvi minha base para ter um comportamento empreendedor e de ter um propósito de ser solidário e cuidar dos outros. Minha mãe morreu quando eu tinha 7 anos e meio, mas quando ela partiu, eu já tinha as referências de que eu poderia mudar a minha situação de pobreza, a depender do quanto eu estaria disposto a trabalhar. Então, eu considero que nasci rico por ter esses valores. Mas não tinha dinheiro, que eu só fui conseguir quando comecei a empreender no CNPJ do outro aos 13 anos; quando comecei a trabalhar em uma empresa onde fiquei até os 30 anos. Eu considero essa como minha primeira fase empreendedora.
– Sabemos do seu amor pela segunda-feira. Quando você começou a ter essa consciência empreendedora? Você acredita que as pessoas já nascem empreendedoras ou elas podem aprender a se tornarem empresárias?
– Eu acredito que as pessoas nascem com dom para tudo. Somos seres de luz com poder de aprendizado sem limite. Todos nós possuímos a mesma capacidade mental, embora tenhamos nossas diferenças. Então, eu acredito que a capacidade de um pode ser alçada pelo outro, dependendo apenas de você copiar. Já essa ligação com a segunda-feira, eu desenvolvi ainda criança, quando eu aprendi a agradecer o privilégio de mais um dia. Para mim, a segunda-feira é muito especial porque além da oportunidade de recomeçar, você tem a oportunidade de fazer a diferença pelo próximo, impactar a vida dos outros e empreender.
– A sua história como empresário e fundador da JR Diesel começou a partir de um acidente. Como foi isso?
– Uma coisa que eu falo é que Deus não sacaneia a gente. Então, toda vez que eu vejo um degrau, eu penso que aquele degrau, mesmo formado por pedras, vai me levar a subir mais alto. Mas a maioria das pessoas olham para o degrau com medo e insegurança. Quando eu fui trabalhar no CNPJ do outro, muitas pessoas diziam que aquele trabalho não era pra mim, que meus patrões eram racistas etc. Mas isso não me intimidou. Eu acreditei em mim e continuei lá onde eu tive boas oportunidades e consegui dinheiro para ajudar meus irmãos com a compra de dois caminhões. Mas depois de os dois tombarem em acidentes, só sobraram as peças. Então, pegamos as peças para vender e pagar as dívidas que ainda tínhamos da compra dos veículos. Isso se transformou na maior empresa em reciclagem de peças da América Latina. As pessoas precisam entender que os problemas vão acontecer na vida inteira e a crise é o que serve para nos motivar. A crise é apenas uma mudança e é preciso perceber os movimentos e ficar de olho no cavalo que são as oportunidades que vão surgir no país.
– Existe um certo tabu na nossa cultura sobre falência que é muito associada ao fracasso, mas como é possível enxergar estratégias para virar o jogo?
– Quando eu falo que era rico, mesmo nascido em uma família muito simples, que morava na favela, eu estou falando de riqueza de valores que é muito importante para a existência e fortalecimento para um recomeço. Eu era muito forte nos meus valores. Eu tinha base, família, espiritualidade, gratidão, ou seja, eu tinha um monte de valores. Então eu nasci com essa riqueza, só não tinha dinheiro. Quando chegou na fase da falência, é muito importante enxergar que você nunca fracassou, mas apenas ficou sem dinheiro. É preciso pegar essa base de valores e com humildade recomeçar de novo com propósito.
– Como começar empreendedor depois dos 50 anos? Quais as habilidades e comportamentos que um empreendedor precisa desenvolver?
– Para você começar a empreender com 50 anos ou com 10 anos é igualzinho. A primeira coisa é sentir vontade de fazer algo por alguém, porque você não empreende para você e sim para o outro. Empreender é você assumir a posição de locomotiva, de arrastar alguma coisa, compartilhando, impactando a vida de mais alguém, fazendo a diferença do meio que você vive. Então, você assume um papel de gerador de oportunidade em uma primeira fase. Depois defina qual é o seu propósito e faça o simples que é copiar algo que deu certo para alguém. Não existe idade para começar ou recomeçar. É preciso atitude, vontade de fazer e saber onde você quer chegar.
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