Exportações baianas registram queda de 28,9% em julho
Desempenho é atribuído à desaceleração da economia global e à retomada mais lenta que o esperado da economia doméstica
As exportações baianas registraram queda de 28,9% em julho (US$ 584,8 milhões), seu pior resultado para o mês desde 2016, aponta a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria de Planejamento (Seplan).
O desempenho, segundo o órgão, é reflexo da desaceleração da economia global e da retomada mais lenta que o esperado da economia doméstica, que repercutiu no resultado das importações do mês, cujo recuo alcançou 33,3%, chegando a US$ 738,5 milhões.
No acumulado dos sete primeiros meses do ano, as vendas externas do estado estão 3,4% inferiores ao mesmo período de 2018, enquanto a balança comercial, embora superavitária em US$ 221 milhões, registra 50,8% inferior a igual período do ano passado.
Além de haver menor demanda externa por conta da desaceleração da economia mundial –o volume embarcado pelo estado (quantum) é 10% menor que no mesmo período do ano anterior, as exportações de produtos agrícolas estão menores em função de a safra baiana ter encolhido 14%. Só a soja, principal produto do agronegócio baiano teve uma redução de 58,7% nos embarques em julho e de 23,1% no ano. A China, principal comprador, reduziu suas compras do produto em 26%, por conta da grave crise sanitária que o país enfrenta. Como consequência, os preços caíram em média 9,7% no mercado internacional, comparados a jan/julho de 2018.
O mercado da soja, entretanto, permanece em turbulência, em razão dos novos capítulos da guerra comercial entre os EUA e a China, com este último já anunciando agora a suspensão das importações de commodities agrícolas do país americano, o que pode favorecer a soja brasileira.
O desempenho negativo das exportações no mês de julho foi verificado ainda nas vendas de produtos petroquímicos com queda de 27,8%, da celulose (-43%), dos minerais (-35,5%) e dos derivados de petróleo (-84,6%), este último, como consequência direta da menor demanda global por energia.
Na ponta das importações, as compras de bens de capital voltaram a subir depois de dois meses consecutivos de queda. Em julho elas cresceram 18,6%, turbinadas por compras de veículos de carga, células solares e motores de corrente alternada. Ainda assim, no acumulado dos sete primeiros meses do ano, as compras de bens de capital estão 7% inferiores a igual período do ano passado.
Em contrapartida, as importações de bens intermediários (insumos e matérias primas) que correspondem a 75% do total das compras externas do estado despencaram 32,3% sobre julho do ano passado. No ano, ainda há crescimento de apenas 1,3%. Exceção na categoria, as compras de produtos utilizados como intermediários para a produção de fertilizantes, totalizaram US$ 191 milhões e crescimento de 43,3% até julho.
No acumulado do ano, as importações acusam crescimento tímido de 1,8%, chegando a US$ 4,18 bilhões. Apesar do índice positivo, as compras externas estão mais fracas do que o esperado, em razão do ainda baixo desempenho da atividade doméstica.
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