Publicado em 09/02/2025 às 18h30.

Famílias reduzem endividamento, mas mantêm cautela com gastos, diz pesquisa

Cartão de crédito continua sendo principal forma de endividamento, utilizado por 83,9% das famílias endividadas

Redação
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

 

Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgada na última quinta-feira (6), revelou uma queda no nível de endividamento das famílias brasileiras. Em janeiro, o percentual de lares com dívidas caiu para 76,1%, representando uma redução de 0,6 ponto percentual em relação a dezembro de 2024 e de 2 pontos na comparação anual.

O cartão de crédito continua sendo a principal forma de endividamento, utilizado por 83,9% das famílias endividadas. No entanto, esse percentual representa uma queda de 3% em relação ao início de janeiro, sugerindo um comportamento mais cauteloso dos consumidores.

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) também investigou a capacidade das famílias de quitar suas dívidas. O levantamento mostrou que 29,1% dos entrevistados possuem contas em atraso, enquanto 12,7% declararam que não terão condições de pagar suas dívidas. No mês anterior, esses índices eram de 29,3% e 13%, respectivamente. Esse foi o primeiro recuo na inadimplência desde julho de 2024.

O estudo apontou que as dívidas correspondem, em média, a 30% da renda das famílias. Esse índice, segundo a CNC, é subjetivo, mas indica um comportamento de consumo mais conservador. A retração no endividamento sugere que as famílias estão mais cautelosas com os gastos, possivelmente como reflexo do cenário econômico e da instabilidade financeira.

Famílias de baixa renda seguem vulneráveis

Apesar da queda geral no endividamento, o levantamento mostrou que as famílias de baixa renda, com ganhos de até três salários mínimos, foram o único grupo que apresentou aumento no endividamento. Em janeiro de 2024, 79,2% dessas famílias estavam endividadas, percentual que cresceu neste ano. Além disso, 18,4% desse grupo afirmaram que não terão condições de quitar suas dívidas.

Outro dado relevante do estudo aponta que um quinto das famílias endividadas comprometem mais da metade de sua renda com pagamento de dívidas, o que aumenta o risco de inadimplência e de dificuldades financeiras ao longo do ano.

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