Faturamento da indústria alimentícia cresceu 9,9% em 2024

O faturamento da indústria brasileira de alimentos cresceu 9,9% em 2024 e atingiu R$ 1,27 trilhão, montante que representa 10,8% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. O mercado, por sua vez, representa 72% desse valor (R$ 918 bilhões), sendo R$ 357 bilhões referentes a exportações. É o que apontam dados da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) divulgados nesta quinta-feira (20).

Segundo matéria da Folha de São Paulo, a inflação sobre alimentos e bebidas atingiu 7,7% no ano passado, contra 1,02% de 2023, segundo dados do IPCA compilados pela Abia. Os industrializados puxaram a alta (8,94%), uma vez que os alimentos in natura registraram deflação de 1,93%. As vendas reais, por sua vez, avançaram 6,1% e a produção física cresceu 3,2% no ano, para 283 milhões de toneladas de alimentos.

A região Sudeste foi responsável por 38% do faturamento da indústria (R$ 488 bilhões), com as regiões Sul (R$ 348 bilhões), Centro-Oeste (R$ 251 bilhões), Nordeste (R$ 126 bilhões) e Norte (R$ 63 bilhões), vindo em sequência, nesta ordem.

Em 2024, foram investidos R$ 38,7 bilhões, representando um aumento de 9% no comparativo de 2023. Desse total, R$ 24,9 bilhões foram destinados à inovação, um aumento de 48% em relação a 2023. As fusões e aquisições somaram R$ 13,8 bilhões de investimentos em 2024.

No período, foram gerados cerca de 72 mil postos de trabalho, formais e diretos. Ao todo, 2 milhões de pessoas foram empregados diretamente pela indústria. Do consumo interno, 72% foram comercializados no varejo (um crescimento de 9% sobre 2023) e 28% foram vendidos no food service (alta de 10,4% na comparação anual), setor que, apesar de continuar apresentando alta, vem desacelerando: em 2021, por exemplo, o crescimento havia sido de 26%.

A Abia detalha também que a indústria de alimentos processa 62% de tudo o que é produzido pela agropecuária e 68% do que é produzido pela agricultura familiar. Entre as commodities agrícolas, destaque para o aumento do preço do cacau em 2024 –alta de 189%– e do café, 140%. Entre os insumos, as maiores altas foram observadas em embalagens (15%) e na energia elétrica industrial (10%).

O Brasil segue como o maior exportador global de alimentos industrializados em volume, e o quinto maior em valor. Os maiores mercados consumidores, por sua vez, são China, Estados Unidos, Indonésia e Emirados Árabes. O saldo da balança comercial somou US$ 57,4 bilhões. A indústria de alimentos representa 20% das exportações brasileiras.