Franqueados da CVC fecham lojas e vão à Justiça por comissão

Uma das maiores operadoras de turismo do Brasil, a CVC, passa por um imbróglio judicial com seus franqueados. A situação começou quando a empresa decidiu  reduzir sua comissão de venda, o que inviabilizou o sustento de muitas lojas e abriu caminho para que muitos franqueados decidissem entrar na Justiça, fechar lojas ou repassar pontos pelo país.

O ápice do conflito veio em 2015, com os primeiros sinais da crise econômica, quando alguns lojistas sentiram a queda na demanda, que elevou a cobrança por parte da matriz. Desde então, a CVC vinha tirando destes empresários o status de “máster-franquia”, que dá o direito de receber participação de 3% da receita das unidades de franquia desde que responsáveis por atrair para a expansão da marca.

Conforme a CVC, só foram suspensos os contratos dos que não vinham conseguindo mostrar bom desempenho e cumprir metas de vendas. Neste caso, eles continuariam com suas próprias franquias, mas sem participação na expansão da rede. Na Bahia, o ex-máster-franqueado Francisco do Nascimento, que atua desde 2002, diz que acaba de enviar um aviso à CVC de que vai fechar duas de suas 11 lojas ainda neste ano. “São lojas que não se pagam com essa comissão”, disse à Folha de São Paulo.

O caso mais emblemático é o da empresária Claudia Bustamante, que fechou 22 lojas no Rio, quando o contrato de máster-franqueada expirou no início do mês, na mesma semana em que a CVC fazia uma importante oferta pública de distribuição de ações. No entanto, ela foi obrigada a reabrir as lojas dois dias depois quando a CVC obteve liminar. Uma das primeiras franqueadas da história da empresa nos anos 1980, a empresária agora quer deixar a bandeira para transformar suas unidades em lojas multimarcas e assim vender pacotes de concorrentes da CVC.

Apesar do imbróglio, a empresa abriu 107 lojas nos últimos 12 meses.