Galípolo diz que Brasil pode se destacar em cenário de guerra tarifária global

Presidente do Banco Central aponta diversificação comercial e mercado interno como diferenciais frente a outros países emergentes

Redação

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou nesta terça-feira (22) que o Brasil tem potencial para se destacar em meio à guerra tarifária iniciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Segundo ele, o país pode se sobressair, em comparação com outras economias emergentes, por conta da diversidade da pauta comercial brasileira e da importância do mercado interno.

A declaração foi feita durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, que tratou das perspectivas da política monetária.

“A ideia não é que a guerra tarifária seja positiva”, ponderou Galípolo. “Mas a diversificação da pauta comercial brasileira, junto a um mercado doméstico relevante, tem apresentado o Brasil como uma alternativa segura. Em relação a seus pares, o país pode ganhar destaque justamente por essa combinação.”

Ainda durante a audiência, o presidente do BC disse que cresce dentro da instituição a percepção de um cenário de desaceleração econômica, impulsionado pela instabilidade gerada pelas constantes mudanças nas tarifas impostas pelos Estados Unidos. “Foi se consolidando o entendimento de que essas tarifas podem levar a uma desaceleração”, afirmou. “A própria incerteza já é capaz de gerar uma retração. Estamos diante de um ambiente de aversão ao risco.”

De acordo com o Regimento Interno do Senado, o presidente do Banco Central deve comparecer à CAE pelo menos quatro vezes ao ano para prestar esclarecimentos.