Publicado em 01/05/2025 às 16h20.

Gol garante financiamento de US$ 125 milhões e avança recuperação judicial nos EUA

Companhia aérea ainda negocia fusão com a Azul e planeja concluir processo de reestruturação financeira até junho

Redação
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Gol, uma das três maiores companhias aéreas do Brasil, anunciou nesta quinta-feira (1º) que firmou um acordo com credores para garantir um novo financiamento que viabilizará sua saída do processo de recuperação judicial nos Estados Unidos.

Segundo comunicado enviado ao mercado, um grupo de credores se comprometeu a adquirir US$ 125 milhões em “notas de financiamento de saída”, que integram o pacote de US$ 1,9 bilhão previsto para a conclusão do chamado Chapter 11 — mecanismo da legislação norte-americana que permite a reorganização de empresas em dificuldades financeiras.

O acerto preliminar foi formalizado em documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e divulgado nesta quinta-feira no site do órgão regulador. Os credores envolvidos detêm 8% das notas com vencimento previsto para 2026. Com isso, a companhia aérea já assegurou pelo menos US$ 1,375 bilhão em recursos para viabilizar sua recuperação.

A Gol também informou que deverá apresentar nas próximas semanas uma nova versão do plano de reestruturação financeira ao Tribunal de Falências dos Estados Unidos. A expectativa da empresa é concluir todo o processo até junho.

Paralelamente à recuperação judicial, a Gol negocia uma possível fusão com a Azul. As tratativas foram anunciadas em janeiro, e, caso concretizadas, dependerão da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

A estimativa é que a nova empresa, resultado da fusão, passe a deter cerca de 60% do mercado de aviação comercial no Brasil e controle quase 100 rotas domésticas — cenário que levanta preocupações quanto à formação de um duopólio no setor.

Juntas, Azul e Gol possuem uma frota de mais de 300 aeronaves e registraram faturamento conjunto de R$ 25,3 bilhões entre janeiro e setembro do ano passado.

Segundo o memorando de entendimento firmado entre as companhias, a nova empresa terá estrutura de “corporation”, ou seja, sem controlador definido, com o grupo Abra como maior acionista. A definição dos percentuais de participação ainda está em discussão.

Apesar da união, as marcas Azul e Gol devem continuar existindo separadamente, compartilhando aeronaves e otimizando suas operações. A proposta é aproveitar a complementaridade de suas rotas: a Gol, mais presente nas grandes capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, e a Azul, com maior capilaridade no interior do país.

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