Governo avalia oportunidades em meio à guerra tarifária de China e EUA, diz jornal
Palácio do Planalto mantém negociações com os dois países

Os limites da escalada de tarifas de importação recíprocas entre Estados Unidos e China já não têm valor prático, e o comércio entre as duas maiores potências econômicas do planeta se tornou inviável, na avaliação do governo brasileiro. É o que apontam informações do jornal Estadão/Broadcast, em contato com uma autoridade brasileira.
Segundo a reportagem, a ordem do Palácio do Planalto aos ministérios envolvidos é de continuar as negociações com os EUA normalmente, principalmente após a China ter anunciado o corte de 60% do fornecimento de carne bovina para os EUA, com um total de 392 estabelecimentos passando por suspensão de transações, o que é visto, pelo governo, como algo positivo para o Brasil.
Além disso, o anúncio do Departamento de Alfândegas da China (Gacc, na sigla em inglês) da suspensão de importações de duas empresas de carne de aves dos Estados Unidos desde o último dia 4, também foi interpretado como uma oportunidade para os produtos brasileiros.
O presidente americano, Donald Trump, havia taxado o Brasil em 10%, o que, em um primeiro momento, foi visto como uma “vantagem comparativa” relativa a outras economias que sofreram com tarifas maiores. Recentemente, no entanto, o republicano recuou, fazendo com que todas as nações — menos a China — tivessem esse mesmo patamar de alíquotas.
De acordo com apuração do Estadão/Broadcast, após a pausa nas tarifas, determinada por Trump, de 90 dias, o governo também enxerga uma brecha para diminuir a alíquota doméstica de 10%. Nesta sexta-feira (11), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, participou de uma reunião por videoconferência com o ministro do Comércio da China, Wang Wentao, às 8h15, a pedido do governo chinês.
A conversa antecede uma nova viagem oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao país asiático, agendada para maio. O presidente da China, Xi Jinping, esteve no Brasil em novembro do ano passado, quando assinou 37 atos cooperativos com o governo brasileiro, incluindo acordos em áreas como agricultura e indústria, além de um plano de cooperação por sinergias entre programas brasileiros e o “Belt and Road”, o “cinturão e rota” chinês.
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