Guerra comercial entre EUA e China derruba preços do petróleo e agita mercados globais
Cotação do barril atinge menor valor em quatro anos; tarifas impostas entre as potências impactam bolsas e alimentam tensão econômica

Os preços internacionais do petróleo caíram nesta quarta-feira (8) aos menores patamares dos últimos quatro anos, em meio à intensificação da guerra comercial entre Estados Unidos e China.
Por volta das 12h15 (horário de Brasília), o barril do tipo WTI — referência nos Estados Unidos — recuava 5,67%, sendo negociado a US$ 56,20. Já o petróleo Brent — referência internacional — apresentava queda de 5,36%, com cotação de US$ 59,45. Desde fevereiro de 2021, o preço do barril não ficava abaixo dos US$ 60.
A crescente tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo aumenta o temor de desaceleração global, o que impacta diretamente a demanda por energia.
Após ter seus produtos tarifados em 104% pelos Estados Unidos, o governo chinês respondeu anunciando novas taxas sobre mercadorias norte-americanas. Segundo o Ministério das Finanças da China, tarifas de 84% começarão a ser aplicadas já na quinta-feira (10/4).
O governo chinês declarou que continuará adotando medidas “firmes e contundentes” para proteger seus “direitos e interesses legítimos”, em resposta à imposição das novas tarifas por Washington.
Na véspera, a Casa Branca havia confirmado uma tarifa extra de 50% sobre todos os produtos chineses, somando-se aos 54% anteriormente aplicados pelo presidente Donald Trump — totalizando 104%. A nova tarifa passou a valer nesta quarta-feira.
Essa nova rodada de tarifas intensifica a guerra comercial. Como retaliação, a China impôs uma tarifa de 34% aos produtos norte-americanos, após ter sido alvo de uma taxação inicial com o mesmo percentual.
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que o presidente Trump “não vai se curvar à China” e que, embora esteja disposto a negociar, as tarifas entrarão em vigor enquanto as tratativas ocorrem.
Na Europa, os principais índices acionários voltaram a operar no vermelho nesta quarta-feira, após breve alívio no dia anterior. Por volta das 8h10 (horário de Brasília), o índice Stoxx 600 — que reúne ações de 600 empresas do continente — caía 4,2%, aos 466,44 pontos. Bolsas como as de Frankfurt, Londres, Paris e Madri também abriram em queda.
Na semana anterior, Trump havia anunciado novas tarifas comerciais sobre mais de 180 países, com taxas variando entre 10% e 50%. A União Europeia foi atingida com uma tarifa de 20%, enquanto países europeus fora do bloco, como o Reino Unido, enfrentaram tarifas menores, de 10%.
Na Ásia, o cenário foi misto. As bolsas de Tóquio (Japão) e Seul (Coreia do Sul) fecharam em queda, enquanto os mercados chineses registraram alta, impulsionados pela expectativa de reação do governo de Pequim às medidas dos EUA.
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