Publicado em 30/10/2024 às 15h16.

Haddad diz compreender ‘inquietação’ do mercado e anuncia cortes em contas públicas

O ministro informou que planeja propor cortes nos gastos obrigatórios para garantir o funcionamento do arcabouço fiscal

Redação
Foto: Diogo Zacarias/MF

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (30) que compreende a “inquietação” do mercado em relação ao “risco fiscal” e ao possível descontrole das contas públicas.

Ele informou que a equipe econômica planeja propor cortes nos gastos obrigatórios para garantir o funcionamento do arcabouço fiscal. Embora não tenha antecipado as medidas específicas, sinalizou que poderão ser apresentadas nas próximas semanas via Proposta de Emenda à Constituição (PEC).

“Entendo a inquietação, mas há especulação em torno de algumas questões. Meu papel é elaborar uma proposta clara que permita ao Congresso compreender a situação do Brasil e do mundo”, afirmou Haddad.

A tensão no mercado foi visível no início da semana, com aumento do dólar, queda na Bolsa e pressão sobre os juros futuros, refletindo a expectativa pelas propostas de corte de gastos. Na terça-feira, a equipe econômica discutiu o tema com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, obtendo, segundo Haddad, uma “convergência importante” com a Casa Civil sobre as ações a serem tomadas.

Haddad destacou que, sem controle sobre os gastos, o arcabouço fiscal poderia se tornar inviável, aumentando a dívida pública, a inflação e as taxas de juros. “A dinâmica das despesas obrigatórias precisa caber dentro do arcabouço, de forma que a sustentabilidade de médio e longo prazo seja mantida”, disse.

Pacote ‘consistente’ A ministra do Planejamento, Simone Tebet, comentou que um “pacote consistente” foi preparado, embora ainda precise da aprovação de Lula. Segundo Tebet, a urgência é na apresentação das medidas, enquanto a aprovação no Congresso pode esperar, visto que o maior impacto financeiro ocorre em 2026. Ela defende o anúncio em novembro.

“Precisamos de um pacote consistente que assegure ao presidente e à população que nenhum direito será retirado”, destacou Tebet, reforçando o consenso entre ela e Haddad.

Tebet também informou que o governo trabalha em uma “modernização das políticas públicas”, sendo este o primeiro de dois pacotes voltados para o controle dos gastos estruturais, que serão discutidos também com o Congresso.

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