Ibovespa fecha com ganhos, na contramão de Wall Street; Vale e Petrobras sobem

O Ibovespa (IBOV) recuperou parte das fortes perdas de ontem (menos 1,18%) e subiu 0,30%, aos 130.351,36 pontos, uma alta de 389,30 pontos. O dólar comercial também deu um alívio, mesmo que pequeno, ao cair suaves 0,02%, a R$ 5,58, após três altas consecutivas, de acordo com informações do portal InfoMoney.

É pouco, mas diante do cenário de hoje, pode ser considerado uma baita vitória. Isso porque as notícias não foram muito animadoras no front dos dados, em um dia atribulado, com importantes indicadores.

Comecemos pelo Brasil. O volume de vendas do comércio varejista caiu 0,3% em agosto, após ter mostrado recuperação em julho. Apesar disso, a tendência das vendas continua positiva na comparação com o ano passado, comentam os economistas. O que tem ficado claro, na verdade, é a esperada desaceleração, com a expectativa de resultados moderados nos próximos meses.

“Foi um desempenho negativo generalizado”, disse André Valério, economista sênior do Inter. Rodolfo Margato, economista da XP, também destaca a característica de moderação no consumo, embora todas as métricas de comparação com os dados de 2023 permaneçam positivas.

“A tendência dos gastos com bens segue positiva, mas na leitura de agosto teve perda de tração, reforçando o cenário de que o PIB permanece em terreno positivo no semestre, mas não como registrado na primeira metade do ano”, afirmou Morgato.

Exterior

A ata da última reunião do Banco Central Europeu (BCE), mostrando postura cautelosa em relação a maior afrouxamento monetário. E saiu a esperada inflação ao consumidor (CPI) nos Estados Unidos (EUA).

Não foram números empolgantes, para dizer o mínimo, sobre o CPI: alta de 0,2% em setembro ante agosto, mantendo assim a variação do mês anterior. O núcleo da inflação, que desconsidera as variações de preços de alimentos e energia, teve alta mensal de 0,3% em setembro, a mesma de agosto. Ambas leituras ficaram acima do que se esperava.

Andressa Durão, economista do ASA, entende que “o número traz de volta o risco de um retorno mais lento da inflação à meta e corrobora uma desaceleração do ritmo de queda dos juros por parte do Fed na reunião de novembro”. Operadores esperam cortes graduais dos juros pelo Fed até 2025.

O CPI, por fim, criou um cenário de cautela, que fez os principais índices em Nova York recuarem hoje. Mas é injusto colocar isso só na conta do CPI.

Houve uma realização de lucros depois da forte alta de ontem em Wall Street (com o S&P 500 batendo recorde) e um temor com o que pode pesar na inflação o devastador furacão Milton, que atingiu os EUA hoje. Além disso, os pedidos semanais de seguro-desemprego voltaram a acelerar, acendendo sinal de alerta sobre o mercado de trabalho