Ibovespa sobe após Lula autorizar corte de gastos públicos; dólar cai 1,7%
Com volume reduzido devido ao feriado nos EUA, mercado reage positivamente a compromissos fiscais do governo brasileiro e queda do dólar
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O Ibovespa (IBOV) buscava manter o viés positivo nesta quinta-feira (4), em meio a notícias de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) autorizou corte de gastos públicos, em uma sessão que deve ter volume reduzido por causa do feriado nos Estados Unidos (EUA).
Segundo informações da Forbes Brasil, o Ibovespa subiu 0,59%, a 126.350,57 pontos. O contrato futuro do índice com vencimento mais curto, em 14 de agosto, avançou 0,25%. O dólar à vista caiu 1,77%, a R$ 5,4707 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento recuou 1,32%, a R$ 5,4955 na venda.
Na quarta-feira, após várias sessões marcadas por ataques de Lula à condução da política monetária pelo Banco Central (BC) e recusa em fornecer medidas concretas para controlar os gastos, o chefe do Executivo atenuou o tom, afirmando que o governo possui compromisso com a responsabilidade fiscal.
As declarações do presidente já haviam provocado uma forte queda da divisa norte-americana ao longo da última sessão. Na véspera, o dólar à vista encerrou cotado a 5,5693 reais na venda, em baixa de 1,72%, com a maior queda percentual em um único dia desde 6 de janeiro de 2023.
Após o fechamento do mercado, o alívio dos investidores ganhou novo impulso quando o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse, após reunião de Lula com a equipe econômica, que o presidente determinou que o governo cumpra o arcabouço fiscal a qualquer custo. O presidente também autorizou, conforme Haddad, o corte de gastos públicos para que se cumpra a legislação.
Em suas aparições públicas ao longo da quarta-feira, Lula não criticou a política monetária do BC ou mencionou a alta recente do dólar. Ele havia dito anteriormente que a valorização da moeda norte-americana se tratava de um “ataque especulativo”.
O governo trabalha com uma meta de déficit fiscal zero em 2024 e 2025, mas o alvo é visto com desconfiança por agentes do mercado, especialmente após indicações de resistência do Congresso em aprovar novas medidas que impulsionem a arrecadação, o que tem gerado pressão pela revisão de gastos.
No cenário externo, o mercado dos EUA está fechado por conta de feriado, o que deve diminuir globalmente o volume de negociações.
Dados econômicos dos Estados Unidos na quarta-feira apontaram para uma moderação do mercado de trabalho e ampliaram o otimismo dos investidores por um corte na taxa de juros do Federal Reserve ainda neste ano, o que também ajudou na forte queda da divisa norte-americana no Brasil.
Quanto mais o banco central dos EUA cortar os juros, pior para o dólar, que se torna comparativamente menos interessante quando os rendimentos dos Treasuries diminuem.
Na Europa, as atenções estarão voltadas nos próximos dias para eleições, com os britânicos indo às urnas nesta quinta-feira para, possivelmente, eleger um novo primeiro-ministro. Os franceses votam no domingo para formar o novo Parlamento.
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