Publicado em 09/10/2024 às 09h41.

Impulsionado por alimentos e energia, IPCA cresce 0,44% em setembro

Na contramão, a queda mais intensa registrada dentro do indicador veio de Despesas pessoais (-0,03 p.p.)

Redação
Foto: reprodução/site do FGV Ibre

 

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira (9) os dados referentes ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no mês de setembro, que apontam para uma alta de 0,44% no indicador, após a deflação de -0,02% em agosto. No ano, a inflação acumulada é de 3,31% e, nos últimos 12 meses, de 4,42%.

Segundo matéria do InfoMoney, o dado mensal vem um pouco mais baixo que o esperado por analistas, que estimavam um IPCA de 0,46% no mês, influenciado principalmente pelas altas no grupo Habitação (1,80%), após aumento nos preços da energia elétrica residencial, que passou de -2,77% em agosto para +5,36% em setembro, e no grupo Alimentação e bebidas (0,50%), que subiu após dois meses consecutivos de quedas. Na comparação anual, projetava-se uma inflação de 4,43%.

Energia

O IPCA foi fortemente influenciado pela bandeira tarifária da energia elétrica residencial, é o que aponta André Almeida, gerente de pesquisa, “A mudança de bandeira tarifária de verde em agosto, onde não havia cobrança adicional nas contas de luz, para vermelha patamar um, por causa do nível dos reservatórios, foi o principal motivo para essa alta”, explicou.

De acordo com ele, a bandeira vermelha no patamar um acrescenta R$ 4,46 aproximadamente a cada 100 kwh consumidos. O item exerceu impacto de 0,21 ponto percentual no índice geral de setembro.

Alimentação e bebidas

Já o grupo de Alimentação e bebidas teve alta de 0,50%, impulsionado pelo aumento de preços na alimentação no domicílio (0,56%), após dois meses seguidos de recuos. Almeida pontuou ainda a influência de outros alimentos como a carne bovina e algumas frutas, como laranja, limão e mamão, no resultado.

“Falando especificamente das carnes, a forte estiagem e o clima seco foram fatores que contribuíram para a diminuição da oferta. É importante lembrar que tivemos quedas observadas ao longo de quase todo o primeiro semestre de 2024, com alto número de abates. Agora, o período de entressafras está sendo intensificado pela questão climática”, analisou o gerente da pesquisa.

A alimentação fora do domicílio, com alta de 0,34%, registrou variação próxima à de agosto (0,33%). O subitem refeição desacelerou de 0,44% para 0,18%, enquanto o lanche acelerou de 0,11% para 0,67%.

Despesas pessoais

Na contramão, a queda mais intensa registrada dentro do IPCA em setembro, e portanto a com maior impacto (-0,03 p.p.) veio de Despesas pessoais. O subitem cinema, teatro e concertos registrou queda de 8,75% e impacto de -0,04 p.p. no índice geral.

“Em setembro, ocorreu a semana do cinema, uma campanha nacional em que diversas redes ao redor do país praticaram preços promocionais ao longo de uma semana. Essas promoções contribuíram para a queda de mais de 8% neste subitem”, explicou.

Regionalmente, todas as localidades pesquisadas apresentaram resultados positivos em setembro. A maior variação ocorreu em Goiânia (1,08%), influenciada pela alta da gasolina (6,24%) e da energia elétrica residencial (4,68%). Já a menor variação ocorreu em Aracaju (0,07%), por conta dos recuos da cebola (-25,07%), do tomate (-18,62%) e da gasolina (-1,68%).

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