Juros fecham em baixa com aposta de corte da taxa Selic
Otimismo dos investidores estrangeiros com o Brasil também contribui para inverter tendência de alta dos juros futuros, dizem analistas

Os juros futuros encerraram a sessão regular da BM&FBovespa em queda, refletindo as apostas de que o Comitê de Política Monetária (Copom) dará início ao ciclo de queda da Selic nesta quarta-feira (19) e também o aumento do otimismo dos investidores, principalmente estrangeiros com o Brasil.
O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2017 movimentou 581.295 contratos e fechou com taxa de 13,602%, de 13,635% no ajuste de terça-feira. O DI janeiro de 2018 (248.935 contratos) terminou na mínima, com taxa de 11,92%, ante 11,99% no ajuste anterior. A taxa do DI janeiro de 2019 (238.550 contratos) caiu de 11,33% para 11,25%. O DI janeiro de 2021 (150.750 contratos) encerrou com taxa de 11,09%, de 11,19%
As taxas sustentaram o sinal de baixa desde a abertura dos negócios, mas à tarde os vencimentos de curto prazo bateram as mínimas, dado o aumento das apostas de que o Copom cortará a Selic hoje em 0,50 ponto porcentual. Na curva a termo, contudo, a precificação de queda de 0,25 ponto ainda era levemente superior.
A parte longa da curva caiu de forma expressiva, diante da forte atuação de players estrangeiros montando posições vendidas. “O otimismo com o Brasil foi o principal driver para curva longa fechar. Há uma onda positiva aparecendo depois da votação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição), que sinalizou que o ajuste político e fiscal está encaminhado”, disse o estrategista da Icap Brasil, Juliano Ferreira.
Segundo Ferreira, a prisão do deputado cassado Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara, causou um estresse pontual no mercado, diante do aumento do risco de uma delação premiada por parte de Cunha, que poderia afetar o governo Temer e, assim, prejudicar o andamento das reformas. As taxas chegaram a reduzir o recuo, mas logo devolveram o movimento.
Pela manhã, o IBGE divulgou mais um dado de atividade que reforçou o comportamento fraco da economia no terceiro trimestre, justificando o crescimento nas apostas de um Copom hoje mais agressivo. A Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) mostrou recuo de 3,9% em agosto ante agosto de 2015 no volume de serviços prestados.
No exterior, o clima tranquilo também ajuda no descarregamento de prêmios da curva, na medida em que vão se enfraquecendo as apostas de que o aperto monetário nos Estados Unidos virá já em novembro. No período da tarde, o Federal Reserve divulgou o Livro Bege, que mostrou que a maior parte das regiões do país teve crescimento “de modesto a moderado” entre agosto e o início de outubro. Mas não houve reação visível dos mercados.
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