Membros do BC concordam que política monetária deve ser cautelosa e flexível, diz Guillen
Banco Central vai rever estimativa atual de uma taxa de juro neutra de 4,5%, mas evitará incorporar alterações de alta frequência
![](https://d1x4bjge7r9nas.cloudfront.net/wp-content/uploads/2023/12/12194946/Banco-Central.png)
O diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Diogo Guillen, defendeu nesta quinta-feira (23) flexibilidade na condução da política monetária. Também ressaltou que os membros do Copom têm a visão comum de que devem agir com cautela, sem sinalizar próximos passos e com firme compromisso em trazer a inflação à meta, de acordo com informações da Forbes Brasil.
Falando em seminário do European Economics & Financial Centre, Guillen se absteve de comentar se o ciclo de afrouxamento monetária chegou ao fim. “Sobre se terminou ou não… trata-se mesmo de ter uma política monetária flexível, sem orientação, e entender como o cenário vai evoluir para pensar no próximo movimento”, disse.
O diretor do BC afirmou que o comprometimento com a meta de inflação é essencial para ancorar as expectativas. Atualmente estão acima da meta de 3% da autoridade monetária para este ano e os quatro seguintes. Segundo Guillen, a percepção de potencial leniência do BC em trazer a inflação para a meta pode explicar parte do desvio.
A partir do próximo ano, a maioria do Comitê de Política Monetária (Copom) será formada por diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que já nomeou quatro nomes para a autarquia.
Isso tem gerado preocupações no mercado, especialmente depois da decisão dividida do BC em sua última reunião no início deste mês de reduzir a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, para 10,5% ao ano, após seis cortes consecutivos de 0,5 ponto.
Todos os quatro indicados por Lula votaram por um corte de 0,5 ponto, enquanto os diretores remanescentes do governo anterior optaram pela desaceleração do ritmo de redução. “Houve muita atenção e drama (sobre a divisão)”, disse Guillen.
“Na verdade, acho que o que talvez seja mais importante foi que todos concordaram que a política monetária deve ser mais cautelosa, deve ser mais contracionista e deve ser mais flexível, sem nenhuma orientação sobre os próximos passos”, ressaltou.
Ele também defendeu que a ancoragem das expectativas de inflação é um fator importante na condução do nível dos preços de volta à meta e também fornece credibilidade às autoridades monetárias. Após fazer considerações sobre a economia brasileira, Guillen disse que houve progresso na redução da inflação, mas que ainda há um caminho a percorrer.
Em uma análise mais ampla do cenário global, o diretor disse acreditar que todas as economias emergentes devem conduzir a política monetária de forma mais cautelosa.
Por fim, Guillen apontou que o BC vai rever a sua estimativa atual de uma taxa de juro neutra de 4,5%, mas evitará incorporar alterações de alta frequência que criam ruído neste ajustamento.
Mais notícias
-
Economia
19h34 de 25 de junho de 2024
Governo antecipa R$ 680 milhões do ICMS de 2025 ao Rio Grande do Sul
Para governador, negociação é importante, mas distante do necessário
-
Economia
19h15 de 25 de junho de 2024
Montadoras de carros a combustível veem aumento de até 52% com reforma
Cálculos feitos por uma das grandes montadoras mostram que reforma resultaria em carga tributária em até 52,5% na compra de um carro novo
-
Economia
19h01 de 25 de junho de 2024
Dólar sobe para R$ 5,45, pressionado por Brasil e exterior
Bolsa de valores cai 0,32% após cinco altas consecutivas
-
Economia
18h27 de 25 de junho de 2024
Governador do RS projeta perda de arrecadação de R$ 5 bi a R$ 10 bi
Leite pediu que suspensão de dívida ajude a pagar custeio do estado
-
Economia
18h08 de 25 de junho de 2024
Taxas futuras de juros voltam a subir com ata do Copom e declarações de Galípolo
DIs sobem após três sessões consecutivas em queda
-
Economia
17h44 de 25 de junho de 2024
Volkswagen investirá até US$5 bilhões na empresa de veículos elétricos Rivian
Ações da Rivian saltavam 22% nas negociações pós-mercado
-
Economia
17h37 de 25 de junho de 2024
Haddad diz que ata do Copom reforça pausa, não fim do corte de juros
Enchentes provocam pressão inflacionária de curto prazo, diz ministro
-
Economia
16h11 de 25 de junho de 2024
Vale lança emissão de US$ 1 bilhão em dívida no mercado internacional
Primeira vez em um ano e meio que mineradora acessa mercados globais
-
Economia
14h31 de 25 de junho de 2024
União apresenta arrecadação recorde para o mês de maio e chega a R$ 200 bi
Pis/Pasep e a Cofins são apontados como fatores decisivos para o resultado
-
Economia
14h09 de 25 de junho de 2024
BTG Pactual quer triplicar investimento em imóveis na Europa para € 1 bilhão
Movimento tem alvo latino-americanos e europeus com serviços de private banking, diz banco