Publicado em 14/01/2021 às 07h34.

Mercado promissor de energias renováveis já movimenta mineradoras na Bahia

Largo Resources e Atlantic Nickel planejam aumentar a produção em 2021 para atender demanda mundial por baterias

Redação
Foto: Divulgação/CBPM
Foto: Divulgação/CBPM

 

A tendência de crescimento na demanda mundial por energias renováveis tem movimentado as mineradoras que produzem matérias-primas de baterias.

Na Bahia, duas empresas de grande porte anunciaram ações estratégicas para atender ao setor: a Largo Resources, produtora de vanádio no município de Maracás, lançou no final do ano passado a Largo Clean Energy (LCE), e a Atlantic Nickel vai investir R$ 1,8 bilhão na criação de uma mina subterrânea de níquel em Itagibá.

Em entrevista ao jornal Valor Econômico no último dia 16 de dezembro, o presidente da Largo Resources, Paulo Misk, afirmou que em até cinco anos o negócio de baterias poderá representar boa parte do faturamento e da produção de vanádio da companhia.

Segundo Misk, o mercado de armazenamento de energia nos próximos dez anos deve chegar a R$ 270 bilhões e corresponder a 18% da demanda por vanádio na empresa. Hoje, 80% da produção é destinada ao mercado siderúrgico, 15% vai para a indústria aeroespacial e o restante para a indústria química.

A LCE terá sede em Boston, nos Estados Unidos. A empresa pretende produzir baterias com vida útil de 20 anos, uma vantagem em relação às baseadas em lítio, que duram até sete anos.

O presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Antonio Carlos Tramm, vê a constituição da LCE com bons olhos, mas questiona a escolha de outro país como sede. “Por que esta nova empresa não foi criada aqui na Bahia? O vanádio já é extraído e beneficiado aqui, então faria muito mais sentido que a verticalização da produção também ocorresse no nosso estado”, diz Tramm.

Já a Atlantic Nickel pretende dobrar sua capacidade produtiva com o início da operação subterrânea, prevista para 2028. Com o investimento de quase R$ 2 bilhões, a empresa também vai elevar a vida útil da mina de níquel em Itagiba de 8 para 34 anos.

“O carro elétrico hoje é o que, obviamente, chama mais atenção pela utilização de baterias, mas tudo ao nosso redor tem bateria, e na Europa, na América do Norte, a gente também começa a ver uma tendência muito forte de eletrificação nas casas, nos lares”, afirma Paulo Castellari, CEO da empresa.

As novas gerações de baterias de níquel utilizadas pela indústria automotiva têm até oito vezes mais níquel que as atuais. O metal aumenta a densidade do conjunto que guarda as cargas elétricas, conferindo uma maior autonomia para os veículos.

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