Publicado em 04/01/2022 às 10h49.

Ministério Público pede decretação da falência da Itapemirim

Companhia aérea suspendeu operações, enquanto viação de transporte rodoviário reduziu linhas; promotoria também quer bloqueio de bens do sócio Sidnei Piva

Redação
Foto: Ilton Barbosa/ assessoria
Foto: Ilton Barbosa/ assessoria

 

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) acionou a Justiça para que seja declarada a falância das empresas Viação Itapemirim e da ITA Transportes Aéreos, ambas tendo como sócio Sidnei Piva de Jesus. Por meio do promotor Nílton Belli Filho, o MP pede ainda o bloqueio de bens do empresário. A primeira empresa encontra-se em recuperação judicial desde 2019. A informação é do Valor Econômico.

Em 17 de dezembro, a Ita anunciou a suspensão de operações, cancelando 513 voos da companhia até o Réveillon. Também no final do mês passado, a empresa de transportes terrestres pediu à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) a redução de 16 linhas de ônibus.

A promotoria afirma que há indícios de uma série de irregularidades cometidas por Piva e gestores das empresas para descapitalizar a Itapemirim e usar os recursos da empresa de ônibus, em recuperação judicial, para constituir a agora suspensa linha aérea. A ITA começou a operar em junho do ano passados, e voou por menos de seis meses.De acordo com o Valor Econômico, a Itapemirim pediu proteção contra a falência em 2016. Piva assumiu nesta época o controle da empresa, que até então era de propriedade da família Cola, por deter direitos de crédito da companhia.

Parar Belli Filho, o fim abrupto da operação da ITA – Itapemirim Transportes Aéreos deverá acarretar uma série de despesas que, a rigor, terão consequências sobre a recuperação judicial da empresa de viação, que não paga a credores, fornecedores e funcionários. A promotoria sustenta que os indícios levantados apontam que o sócio Sidnei Piva criou a empresa aérea durante a recuperação judicial “com realização de empréstimos com aparência de fraude, com a constituição de pessoas jurídicas no exterior mediante aporte de recursos vultosos que, em tese, pode derivar para evasão de divisas e outras ilicitudes”.

A promotor destaca que a constituição da companhia área foi feita à revelia dos credores na recuperação da Viação Itapemirim e também da Receita Federal, mesmo havendo pendências com o fisco “que suplantam os R$2 bilhões”.A promotoria ainda ressalta que no caso estariam “presentes as hipóteses de convolação em quebra(falência)”, por descumprimento de obrigações assumidas no plano de recuperação.

 

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.