Publicado em 04/08/2025 às 08h00.

Montadoras alertam Lula sobre demissões em massa por causa de benefícios à BYD

Volkswagen, Toyota, Stellantis e General Motors assinaram carta conjunta

Redação
Foto: assessoria/Volkswagne

 

Os presidentes de quatro principais montadoras de carros que atuam no Brasil encaminharam uma carta ao presidente Lula (PT) alertando sobre a possibilidade de demissão em massa, caso o governo federal adote um pacote de benefícios a favor da BYD, indústria chinesa de automóveis, instalada na cidade de Camaçari, Região Metropolitana de Salvador (RMS).

É nosso dever alertar, Senhor Presidente, que esse ciclo virtuoso de fortalecimento da indústria nacional está sendo colocado em risco e sofrerá forte abato se for aprovado o incentivo à importação de veículos desmontados para serem acabados no país”, diz um trecho da carta.

O documento surge após uma reunião do Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex-Cemex), no último dia 30 de julho, para deliberar sobre pleito da montadora chinesa BYD. O colegiado é composto por integrantes de 11 ministérios.

As fabricantes solicitaram ao governo que considerasse uma redução nas tarifas de importação para veículos eletrificados desmontados nas modalidades SKD (semimontados) e CKD (completamente desmontados). Atualmente, as tarifas são de 18% para veículos elétricos e 20% para híbridos, mas poderiam cair para 5% e 10%, respectivamente.

“Ao contrário do que querem fazer crer, a importação de conjuntos de partes e peças não será uma etapa de transição para um novo modelo de industrialização, mas representará um padrão operacional que tenderá a se consolidar e prevalecer, reduzindo a abrangência do processo produtivo nacional e, consequentemente, o valor agregado e o nível de geração de empregos”, diz a carta enviada a Lula.

Na carta, as montadoras relembram que a cadeia produtiva do setor automotivo é responsável por 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e por 20% do PIB da indústria da transformação, além de gerar 1,3 milhão de empregos e um faturamento anual de US$ 74,7 bilhões.

O documento ainda afirma que os investimentos previstos pela indústria automotiva devem resultar “em novas plantas, em mais empregos, e em uma nova geração de veículos cada vez mais sustentáveis”.

E complementa: “Nossos investimentos em curso resultarão em novas plantas industriais, em mais empregos, valor agregado e em uma nova geração de veículos cada vez mais sustentáveis. Reafirmamos, desse modo concreto, nosso compromisso com o fortalecimento da indústria nacional e com o desenvolvimento econômico e social”.

O documento foi assinado pelas seguintes montadoras: 

  • Ciro Possobom, Volkswagen no Brasil
  • Evandro Maggio, Toyota do Brasil
  • Emanuele Cappellano, Stellantis Automóveis do Brasil
  • Santiago Chamorro, General Motors do Brasil

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