Nordeste gerou 24% dos novos postos de trabalho do Brasil em novembro
Bahia, Pernambuco e Ceará foram destaque na criação de vagas no comércio
Em novembro de 2024, o Nordeste apresentou um saldo de 25.557 postos de trabalho, sendo responsável por cerca de 24% dos 106.625 novos empregos gerados no País, ficando atrás apenas da região Sudeste, a qual respondeu por aproximadamente 50,3% dos novos postos de trabalho do Brasil. Os dados são da Coordenação de Avaliação e Estudos da Sudene, com base no resultado do Caged, divulgado nesta sexta-feira (27).
No acumulado do ano, o Nordeste apresenta um saldo de 384.492 empregos gerados, o que equivale a 17,3% do acumulado no País. Esse número representa uma média de aproximadamente 35 mil empregos líquidos por mês. No que se refere aos estados nordestinos, destacam-se Bahia, Pernambuco e Ceará, com 7.191, 5.526 e 4.443 novos postos de trabalho, respectivamente, o equivalente a 28,1%, a 21,68 e a 17,4% dos novos postos da Região. Na sequência, aparecem Paraíba (2.720), Rio Grande do Norte (2.361), Alagoas (1.773), Sergipe (1.502) e Maranhão (1.419). Por sua vez, o Piauí apresentou um decréscimo de 1.378 postos de trabalho.
De acordo com o economista Miguel Vieira de Araújo, da Coordenação de Avaliação e Estudos da Sudene, em termos setoriais, os grandes destaques foram comércio e de serviços. O primeiro foi responsável por 19.492 novos postos de trabalho na Região, enquanto o segundo respondeu por 9.988 novos empregos, o que totalizaria um saldo de 29.480. “Mas o resultado final sofreu impacto pela grande redução de 2.688 postos de trabalho na agropecuária e pela diminuição de 399 postos na indústria e de 832 na construção”, explicou.
No setor de comércio, destacaram-se, em valores absolutos, Bahia, com saldo de 4.468, Pernambuco, com 4.243, e Ceará, com 3.437 novos postos. Em termos proporcionais ao saldo de cada estado, o setor de comércio foi responsável por mais da metade dos novos postos em todos os estados, com destaque para Sergipe (79,8%), Ceará (77,4%), Pernambuco (76,8%) e Maranhão (76,5%). No Piauí, o setor de comércio foi responsável por amenizar um pouco o saldo negativo, sendo responsável por 1.082 novos postos.
No setor de serviços, Bahia, Pernambuco, Ceará e Paraíba registraram 3.084, 2.172, 1.428 e 1.028 novos empregos, respectivamente. Juntos responderam por 77,2% do saldo de postos de trabalho no setor de serviços na Região. Em termos proporcionais, chamam a atenção os estados da Bahia, do Maranhão, de Pernambuco e da Paraíba, nos quais o setor de serviços representou, respectivamente, 42,9%, 40,9%, 39,3% e 37,8% do saldo de novos empregos do estado.
“Revertendo a tendência dos dois meses anteriores, o desempenho do setor de serviços não foi potencializado pelo subsetor de “administração pública, defesa e seguridade social”, cujo saldo foi negativo em 1.430 postos de trabalho, o que demonstra que o saldo do setor foi obtido por meio do setor privado”, frisou Miguel Vieira de Araújo.
Embora o setor industrial tenha apresentado uma diminuição de postos de trabalho na Região no mês de novembro, Miguel afirma que foi um movimento observado nacionalmente e que o Nordeste representou apenas 6% da redução do saldo de empregos da indústria no Brasil. “Enquanto a Região apresentou um saldo negativo de 399, nacionalmente o saldo foi negativo em 6.678 postos. Ademais, a desaceleração da indústria é esperada nessa época do ano no País. Nos últimos anos, a partir de outubro, os saldos de novos postos de trabalho do setor começam a diminuir”, acrescentou o economista.
Ainda assim, é possível notar que o saldo negativo na Região foi decorrente de apenas três estados, ao passo que os demais apresentaram saldo positivo, embora com uma desaceleração frente aos meses anteriores. Apresentaram saldo negativo o Piauí (-1.268), a Bahia (-341) e o Ceará (-226). Quanto aos demais, destacaram-se Pernambuco, com 400, Paraíba, com 345, Rio Grande do Norte, com 321, e Alagoas, com 255 novos postos de trabalho no setor industrial.
Em um olhar mais detalhado sobre o Piauí, é possível notar que o setor de “fabricação de coque, de produtos derivados do Petróleo e de biocombustíveis” foi o grande responsável pelo resultado, com um saldo negativo de 1.265 postos de trabalho. Esse movimento também foi observado nacionalmente, com esse setor respondendo por cerca de 72% do saldo negativo no setor industrial do País.
Por fim, o setor agropecuário foi responsável por um saldo negativo em 2.688 postos de trabalho, com Bahia e Pernambuco sendo responsáveis por, respectivamente, -1.636 e – 1.228 postos de trabalho no setor. Quando se detalha um pouco mais, é possível observar que, na Bahia, os principais responsáveis por esse resultado foram o cultivo de uva (-500), o cultivo de frutas de lavoura permanente (-497) e o cultivo de café (-406), ao passo que, em Pernambuco, foram o cultivo de uva (-765) e o cultivo de frutas de lavoura permanente (-384), o que aponta para uma questão sazonal das frutas cultivadas no polo do Vale do São Francisco.
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