Publicado em 21/08/2024 às 11h57.

Número de MEIs no Brasil cresceu em 2022 e chegou a marca de 14,6 milhões

18,8% das pessoas trabalhando formalmente no País atuavam como microempreendedores individuais

Redação
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

 

Dados provenientes de um estudo de Estatísticas dos Cadastros de Microempreendedores Individuais de 2022, divulgados nesta quarta-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que naquele ano, 18,8% das pessoas trabalhando formalmente no País atuavam como microempreendedores individuais (MEIs), correspondendo a 14,6 milhões de profissionais ocupados em condições formais no mercado de trabalho.

Segundo matéria do Estadão, na passagem de 2021 para 2022, o número de microempreendedores individuais cresceu 11,45% em relação a 2021, 1,5 milhão de trabalhadores a mais. A participação destes no total da população ocupada formal, entretanto, ficou ligeiramente menor do que o patamar de 19,1% registrado naquele ano. Cresceram também o número de MEIs no mercado de trabalho, assim como daqueles atuando em ocupações formais e daqueles que atuam como empregadores, este último, especificamente, viu um crescimento de 104,1 mil para 133,8 mil no período, é o que aponta o pesquisador Thiego Ferreira, responsável pelo estudo do IBGE.

Sete em cada dez MEIs ativos (69,4%) tinham aderido à modalidade nos últimos cinco anos. Quase metade dos MEIs (48,6%) tinha se filiado apenas nos últimos três anos. Em 2022, 18,1% dos MEIs tinham somente até 1 ano de filiação.

Entradas e saídas

Em 2022, o saldo positivo de 1,5 milhão de MEIs foi decorrente de 2,664 milhões de novas adesões (2,626 milhões de aberturas de CNPJs nessa modalidade e mais 39 mil CNPJs pré-existentes que migraram para o MEI) e 1,173 milhão de saídas (929 mil CNPJs com atividade encerrada e mais 244 mil CNPJs com migração para outro tipo de regime), deste contingente, 1,7 milhão vinham de um desligamento prévio de emprego formal no mercado de trabalho, com 60,7% destes tendo sido demitidos involuntariamente, por decisão do empregador ou por justa causa.

“A gente identifica que a maioria dos MEIs acaba sendo de empreendedores por necessidade”, confirmou Ferreira.

O número de pessoas atuando concomitantemente como microempreendedores individuais e como ocupados com vínculo empregatício, fatia que conciliava os dois tipos de trabalho, também apresentou avanço: o aumento foi de 2 milhões de pessoas em 2021, o equivalente a 15% dos MEIs ativos naquele ano, para 2,5 milhões em 2022, 17,3% dos MEIs existentes.

O IBGE verificou ainda a incidência de microempreendedores inscritos no Cadastro Único (CadÚnico) do governo, que reúne dados de famílias brasileiras de baixa renda para eventual inclusão em programas sociais. Dos MEIs ativos, 4,1 milhões (28,4%) estavam presentes no CadÚnico, sendo 2,1 milhões deles beneficiários do Auxílio Brasil/Bolsa Família.

Perfil do MEI

O estudo analisou ainda o perfil dos microempreendedores, sendo estes, 53,6% do sexo masculino e 46,4% do sexo feminino. A idade média dos MEIs ficou em torno de 40,8 anos de idade, e estão concentrados em sua maioria no Estado de São Paulo, que conta com 4 milhões de MEIs (27,4% do total nacional), seguido por Rio de Janeiro (1,6 milhão, ou 11,3% do total) e Minas Gerais (1,6 milhão, ou 11,0%).

O Rio de Janeiro tinha a maior proporção de ocupados formais atuando como MEIs, 24,5%, seguido pelo Espírito Santo (23,4%). As menores participações dessa modalidade de trabalho na ocupação formal ocorreram no Acre (13,0%), Maranhão (14,0%) e Amapá (14,0%).

Mais da metade dos MEIs atuavam no setor de Serviços (51,5%), e outros 28,2% trabalhavam no Comércio. A Construção reunia 9,4% dos MEIs existentes, mas eles respondiam por 31,4% de todos os ocupados existentes no setor. 38,0% dos microempreendedores trabalhavam em casa.

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