Publicado em 02/06/2020 às 15h05.

‘O consumidor está sem confiança para consumir’, afirma presidente da Fieb

Para Ricardo Alban, retomada da operação plena da indústria baiana dependerá do comércio e da empregabilidade

Adriano Villela

 

Foto: Elói Corrêa/SecomGOVBA
Foto: Elói Corrêa/SecomGOVBA

 

A normalidade da operação da indústria baiana só acontecerá após a retomada do comércio e da empregabilidade, avaliou, em conversa com o bahia.ba, o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Ricardo Alban. O executivo destaca que algumas plantas industriais pararam mais pela falta de demanda do que por restrições adotadas para garantir a prevenção ao novo coronavírus.

“O consumidor está sem confiança para consumir. Ele está preocupado com a manutenção do seu trabalho e sua renda, o que é natural”, ressaltou Alban. Ele argumenta que setores mais vinculados às exportações, como mineração e papel e celulose, prosseguiram operando normalmente.

Por determinação de decreto assinado pelo governador Rui Costa na sexta-feira (29), a Fieb integra um grupo de trabalho que debaterá a estratégia de reabertura da economia na Bahia. A entidade será representada por um membro do Polo Industrial de Camaçari, a ser escolhido pelo Cofic, e outro da construção civil, que será definido pelo Sindicato da Indústria da Construção (Sinduscon-BA).

Superintendente da Fieb, Vladson Menezes contou ao bahia.ba que um grupo interno da federação já elabora uma proposta de protocolo que será entregue ao grupo montado pelo governo estadual. Menezes explica que a proposta da industria vai considerar a região de cada empreendimento e seu porte, com a intenção de garantir segurança para os trabalhadores e um protocolo exequível para as condições financeiras da empresa. “É uma questão que ainda vai ser discutida (com o Estado). O protocolo pode considerar a quantidade de trabalhador de cada local”, sugere.

Crédito

Alban e Menezes defendem que, por gerarem menos aglomeração, as indústrias têm menos dificuldade para monitorar a proteção de funcionários e visitantes nas fábricas. “Nas oito horas que a pessoa está trabalhando em uma indústria ela certamente está mais protegida do que fora dela”, argumenta Alban, destacando as limitações de moradia de parte importante da população.

O presidente da Fieb prega como essencial debater questões fiscais e de suporte financeiro, via Desenbahia, sobretudo em relação às médias e pequenas indústrias.”Isto é um fato. O próprio ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu. O dinheiro não chegou na ponta”, reitera Ricardo Alban. O dirigente observa que, além de criadoras de empregos, as médias e pequenas indústrias fornecem os insumos para as grandes fábricas, garantindo o encadeamento produtivo de cada segmento.

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