PIB brasileiro cresce 0,4% no 2º trimestre de 2025 e atinge patamar recorde
Resultado foi influenciado pelas altas nos setores de Serviços e Indústria

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 0,4% no segundo trimestre de 2025 (2T25) no comparativo com o trimestre anterior, chegando ao montante total de R$ 3,2 trilhões em valores correntes. O resultado foi influenciado, principalmente, pelas altas nos setores de Serviços (0,6%) e da Indústria (0,5%). As informações são do portal InfoMoney.
O bom resultado nestes dois setores compensaram a variação negativa da Agropecuária (-0,1%). Pelo lado da oferta, o Consumo das Famílias cresceu 0,5%, enquanto o Consumo do Governo caiu 0,6%, e Investimentos recuaram 2,2%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (2), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
O percentual deste trimestre veio acima do projetado por analistas que apontavam para uma expansão de 0,3% para o período, apontando principalmente para retração na produção agrícola e a produção industrial mais fraca como fatores. Na base anual, esperava-se alta de 2,2%. A projeção era de que esse dado marcaria o início de uma desaceleração amplamente esperada, já que a taxa de juros elevada dificulta o acesso ao crédito.
Com o resultado, o PIB atingiu seu maior patamar na série histórica, iniciado em 1996, com recordes sendo registrados também no grupo de Serviços e Consumo das Famílias. A última vez em que o indicador atingiu um percentual negativo da atividade econômica na comparação com o trimestre imediatamente anterior foi no segundo trimestre de 2021 (-0,6%).
O grupo de Exportações de bens e serviços subiu 0,7%, enquanto as Importações caíram 2,9% em relação ao primeiro trimestre de 2025. Dos R$ 3,2 trilhões correntes registrados, R$ 2,7 trilhões deles são provenientes do Valor Adicionado a preços básicos, e outros R$ 431,7 bilhões de Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.
Já no setor de Serviços, houve crescimento de Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (2,1%), Informação e comunicação (1,2%), Transporte, armazenagem e correio (1,0%), Outras atividades de serviços (0,7%) e Atividades imobiliárias (0,3%). Ainda em Serviços, a atividade de Comércio (0%) ficou estável e Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social teve variação negativa (-0,4%).
O desempenho positivo visto na Indústria, por sua vez, foi resultado, principalmente, do crescimento de 5,4% na atividade Indústrias Extrativas. No entanto, houve retração nas atividades Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (-2,7%), Indústrias de Transformação (-0,5%) e Construção (-0,2%).
De acordo com a coordenadora de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Rebeca Palis, a variação positiva de 0,4% na comparação com o trimestre anterior indica uma desaceleração no crescimento da economia.
“Era um efeito esperado a partir da política monetária restritiva (alta nos juros) iniciada em setembro do ano passado. As atividades Indústrias de Transformação e Construção, que dependem de crédito, são mais afetadas nesse cenário”, avalia Rebeca, complementando que os efeitos negativos na Construção e na produção de bens de capital ajuda a explicar a queda nos Investimentos.
Rebeca detalha ainda que o setor de Serviços é o menos impactado pela política restritiva. “Foi uma alta disseminada pelo setor e puxada pelas Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados; Informação e comunicação, impulsionado pelo desenvolvimento de software, e Transporte, armazenagem e correio, puxado por transporte de passageiros”, diz.
Pela ótica da demanda, o Consumo das Famílias e o Setor Externo sustentaram o crescimento do PIB, já que houve queda no Consumo do Governo. “O total de salários reais segue crescendo e há uma manutenção dos programas governamentais de transferência de renda, o que contribui para o consumo das famílias”, avalia a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.
Pelo Setor Externo, a alta nas exportações contribuiu para o resultado positivo do PIB. “Está sendo um ano bom para o agro e para a indústria extrativa, que são commodities que o país exporta”, explica Rebeca.
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